A reitoria da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em sintonia com o governador José Serra (PSDB), desencadeou uma perseguição ferrenha ao movimento estudantil no campus da cidade de Araraquara. No início do ano passado, foi expedida uma portaria que determina uma série de regras para coibir a organização estudantil e as manifestações no campus.

Desde então, está proibido, inclusive, colar cartazes e distribuir panfletos. O ápice dessa política digna de tempos de ditadura é a permissão da entrada da polícia no campus para reprimir estudantes. Alguns estudantes já sofrem as conseqüências dessa arbitrariedade: há pelo menos duas condenações à prisão, três expulsões e duas suspensões.

A repressão na universidade vem acompanhando a precarização do ensino superior não só em São Paulo, como em todas as universidades públicas do país. Recentemente, José Serra lançou uma série de decretos que levam ao sucateamento e à privatização das universidades paulistas. Isso ocorre no mesmo momento em que Lula tenta aprovar a reforma universitária que tem o mesmo sentido, colocando a educação como mais um d]serviço, sob a batuta da Organização Mundial do Comércio.

Em São Paulo, os estudantes se organizam e resistem. Recentemente, a situação caótica das moradias da Unicamp culminou com a ocupação da reitoria e ampliou a pauta de reivindicações para além dos muros da universidade, colocando o movimento contra os decretos de Serra e contra a reforma universitária de Lula. Neste momento, a reitoria da maior universidade do país, a USP, está ocupada também. Um grupo de intelectuais escreveu um manifesto em defesa dos estudantes da Unesp que já tem a adesão de mais de trinta assinaturas.

Não por acaso, portanto, que o governo se utilize de censura e punições num momento como esse. É preciso apoiar e manter vivo o movimento estudantil e as mobilizações como única forma de impedir a extinção completa do ensino público gratuito e de qualidade.

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