No sábado, 5 de agosto, a greve dos professores da Universidade Regional do Cariri (URCA), situada no sul do Ceará, completou 100 dias, enfrentando diversos inimigos: primeiro, a reitoria da URCA, comandada por André Herzog, reitor-interventor, que não foi eleito pela comunidade acadêmica, mas imposto pelo governador tucano, Lúcio Alcântara. Segundo, a maioria do Diretório Central dos Estudantes, ligada ao PT, que tem promovido atividades para sabotar e derrotar a heróica greve do professorado. Por último, o Judiciário, que teve “a coragem“ de considerar a greve “ilegal“, contrariando as regras mais elementares da legislação burguesa.

Mesmo assim, desde o dia 26 de abril, a universidade permanece 100% paralisada. O sucesso da greve deve-se a unidade entre o magistério e amplos setores do movimento discente, nomeadamente os estudantes ligados à Conlute que, desde o início, têm apontado a aliança com os trabalhadores como o único caminho para o êxito do movimento e a defesa da URCA.

No começo desta semana, o juiz da cidade do Crato declarou a greve ilegal e responsabilizou o sindicato pela continuidade da paralisação, inclusive definindo uma multa no caso de continuidade do movimento paredista. Os militantes do PSTU, no comando de greve, defenderam a necessidade de levar a questão para assembléia da categoria, sem se deixar dobrar pelo interventor e pela justiça burguesa.

Na próxima segunda-feira, dia 14, ocorrerá a assembléia que definirá os rumos da mais longa paralisação da história da Universidade Regional do Cariri. O professor Mota, presidente do SINDURCA, depois de consultar o comando de greve, encaminhou essa decisão por entendê-la como a mais democrática, deixando nas mãos da categoria a decisão de seguir ou não adiante com a heróica luta.`