Vítima de contaminação por lixo químico, população negra dos EUA iniciou movimento contra a injustiça ambiental

Começa a ganhar força nos meios acadêmicos e tribunais o conceito de “injustiça ambiental”, segundo o qual os efeitos nocivos de um desenvolvimento que desconsidera o meio ambiente são divididos de forma desigual entre ricos e pobres. É por isso que empreendimentos de mineração, redes elétricas, barragens e depósitos de lixo nunca ficam próximos de um centro financeiro ou de um bairro de classe média, explica um dos defensores desta idéia, o professor da UFRJ Henri Acselrad. A lógica do capitalismo divide cidades e regiões, bem como os riscos a que suas populações estão expostas, cada vez mais, segregando as classes sociais pobres.
O movimento contra a injustiça ambiental foi iniciado pela população negra norte-americana vítima de contaminação pelo lixo químico e pode constituir-se num elemento de mobilização da comunidade acadêmica, despertando-a contra essas tragédias anunciadas, a exemplo das enchentes. No Brasil, as enchentes são um dos focos do movimento, ao lado da preocupação com áreas de grilagem de terras e extração predatória feita por madeireiras e mineradoras.
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