O corajoso ato de Dom Cappio tem cumprido um importante papel na luta para derrotar a Transposição do São Francisco. Massificou uma luta que não era nacional, inseriu definitivamente essa reivindicação na pauta dos movimentos sociais e sindicatos. Mais ainda, foi a continuidade da luta após o jejum de 2005, como mostram os acampamentos em Brasília e em Cabrobó e a ampliação das mobilizações contrárias à Transposição.

O governo está atacando com todas as forças a greve de fome e igonora os ricos à vida de Dom Luiz. Lula não vai negociar por vontade própria. Não vai suspender as obras, nem retirar o exército dos eixos. Se depender de Lula, o frei perde a vida.
Lula só arquivará o projeto se for derrotado pelo movimento nas ruas, com mobilizações unitárias. Há um imenso apoio à luta do Frei no Brasil, mas é necessário organizar esse apoio em ações que pressionem o governo a recuar de sua posição autoritária. Em nosso entendimento, ampliar as mobilizações em solidariedade onde for possível nesse momento é fundamental, visto que a cada dia que se passa, a saúde do frei é mais preocupante.

A falta de diálogo de Lula e a saúde de Dom Luiz nos obrigam a agir rápido. O governo está unido no ataque. Por isso, acreditamos ser necessário convocar uma reunião dos movimentos sociais contrários à Transposição em Sobradinho, que unifique MST, Via Campesina, Conlutas, CPT, entidades da Articulação em Defesa do São Francisco e todas as forças que são contrárias à Transposição para a construção de um plano de lutas urgente. Em nossa opinião, nesse plano deve constar um encontro nacional em Brasília em solidariedade ao frei e pela suspensão definitiva da Transposição. Para fazer com que Lula suspenda o projeto é preciso ampliar a pressão popular através de uma mobilização concentrada em Brasília.

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