Dilma e o presidente da Petrobrás, Bendine

Neste final de semana ocorreu o Congresso da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e nos dias 18 e 19 ocorrerá o 9º Congresso da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). A expectativa da categoria é que estes congressos unifiquem a categoria petroleira em todo país para lutar contra o Plano de Desinvestimento (privatização) que está sendo levado a cabo pelo governo de Dilma Rousseff (PT) e o presidente da Petrobrás, Aldemir Bendine.

Nunca os petroleiros sofreram um ataque tão grande, nem na época do PSDB de Fernando Henrique Cardoso com os leilões e os avanços nas privatizações.

Na reunião do Conselho de Administração do dia 26 de junho foram aprovadas as seguintes decisões:

I-  Redução dos investimentos da empresa entre 2015 e 2019 no montante de mais de 76 bilhões de dólares, o que compromete o desenvolvimento da empresa no médio e longo prazo e a economia no país;

II- Redução de mais de 13 bilhões de dólares com despesas de pessoal próprio e terceirizado, que significará milhares de demissões de trabalhadores terceirizados (fala-se em chegar a 150 mil) e rebaixamento de direitos dos próprios, como: AMS, Benefício Farmácia, Petros, avanço de nível e promoção automáticos, PLR, mudanças de regimes de trabalho, e piora nas condições de trabalho,ficando mais precário e perigoso;

III- Venda de ativos da Petrobrás no Brasil e fora do país, que podem totalizar cerca de 57 bilhões de dólares, entre 2015 e 2019, que na prática significa privatização uma parcela significativa da empresa e entrega da soberania nacional

Entre esses ativos, como prioridade estão todos os campos maduros de produção da estatal em terra e mar.

Nas últimas semanas, a direção da empresa deu mais um passo neste plano buscado sócios para a abertura do capital da BR distribuidora. O que significa a entrega de mais este patrimônio nacional que registrou receita operacional de R$ 120,6 bilhões em 2014, e um lucro de R$ 1,123 bilhão, com 7,9 mil postos de gasolina.

Todo este plano tem o claro objetivo de beneficiar os acionistas e prejudicar os petroleiros, seja eles diretos da Petrobrás ou terceirizados, e o povo brasileiro. Nas palavras da própria empresa “geração de valor para os acionistas”.

O projeto de Lei de José Serra
Aproveitando o ataque do governo, o senador Jose Serra e o PSDB, grandes entreguistas do patrimônio nacional, resolveu apresentar uma PL (o Projeto de Lei 131/2015) para limitar a atuação da Petrobrás no Pré-sal, limitando a participação da empresa estatal em menos 30% nos consórcios de exploração do setor. Enfim, quer piorar ainda mais o péssimo regime de partilha que foi patrocinado pelo governo Dilma.

O Congresso da FNP
Infelizmente, o Congresso da FUP não respondeu ao chamado de unidade feito pela FNP para lutar contra este plano organizando uma Greve Geral na categoria, exposto na Carta do Rio (Documento aprovado pela Plenária Nacional para organização dos Comitês de Base Contra a Venda de Ativos). Nem mesmo nomeou Dilma como a responsável deste ataque e fez apologia da defesa do governo.

Por isso, os petroleiros ligados à FNP tem um grande desafio em seu 9º Congresso Nacional. Além de discutir a campanha salarial que se aproxima e a organização da entidade, tem a obrigação de cumprir um papel dirigente para o conjunto da categoria: construir a unidade pela base para responder e enfrentar os ataques do Plano de Negócios da Petrobrás.

É necessário sim defender a Petrobrás e o Brasil, mas contra todos os vendilhões do patrimônio nacional: Dilma, Serra e Bendine. Somente derrotando Dilma e Bendine a Petrobras poderá ser salva.

Milhares de demissões no setor de petróleo e gás
Depois de anunciado o novo plano de desinvestimento da Petrobrás, surgiram as primeiras repercussões do mercado.
 
O recadastramento e a necessidade de renegociar todos os contratos, mesmo os já assinados, assustam muita gente. Além da repactuação das dívidas com os fornecedores. As conseqüências imediata são: mais atrasos e paralisia no mercado de serviços e na indústria de máquinas. Se anuncia uma quebradeira geral de pequenas e médias empresas e com elas mais demissões.
 
Para piorar, o presidente da companhia, Bendine, durante o anúncio do plano, anunciou que a direção da estatal e o Governo Federal não terão mesmo nenhuma preocupação com o cumprimento da política de conteúdo nacional, nem de longe:“Se precisar ser feito lá fora, será”, disse Bendine. Mais um golpe na indústria nacional

O objetivo é beneficiar os acionistas e não salvar a Petrobrás e, além disso, vão quebrar quebrar dezenas, talvez centenas de pequenas e médias empresas brasileiras. Já hoje 67% das empresas apontadas nas Varas de Fazendas do país por pedido de falência ou recuperação judicial, são do setor petroquímico. Centenas de empresas desaparecerão.

Milhares de demissões já começaram. Principalmente de empregados terceirizados e das empreiteiras, mas também haverá dos empregados diretos.

A presidente Dilma mentiu em sua campanha eleitoral quando disse que não iria prejudicar os trabalhadores e seus direitos, são eles que estão sendo jogados na rua, agora, com os cortes do PIS e do salário desemprego.

Milhares de famílias passam fome, em Itaboraí onde fica o COMPERJ. Os operários não estão somente sem salário, mas também sem moradia, pois as empresas pararam de pagar seus alojamentos.

Em tempos de estabilidade e crescimento, os terceirizados correm riscos de acidentes e mortes e sofrem humilhações como restaurantes e portões separados, além do assédio constante dos chefes que sofrem as trabalhadoras. Na crise, os terceirizados e precarizados são os primeiros a serem cortados e demitidos.

É preciso acabar com a terceirização nas áreas da Petrobrás e para isso há dois caminhos: um deles é a estatização das empresas envolvidas nos escândalos de corrupção com a devida estabilidade no emprego para todos os seus empregados. O outro é que os terceirizados sejam incorporados, sem concurso público, à Petrobras. Não precisam provar que sabem fazer o trabalho já que já fazem, inclusive sob piores condições.

É necessário construir uma grande campanha nacional em defesa da indústria petroleira e petroquímica brasileira

Somente se conseguirá salvar a Petrobrás se Dilma e Bendine forem derrotados

-Chega de Dilma e Bendine e seus planos de desinvesimentos e privatização

-Chega de Serra e a sua PL contra a Petrobás

-Petrobrás 100% estatal sob o controle dos trabalhadores

-Monopólio estatal do petróleo e do gás

-Estatização de todas as empreiteiras envolvidas nos escândalos de corrupção

-Estabilidade no emprego para todos os que trabalham nas áreas da Petrobrás