O Sindipetro-RJ, integrante da Frente Nacional dos Petroleiros (FNP), também está encaminhando a Jornada de Mobilizações de 48 horas, programada a partir desta quinta-feira, 17.julho.
Desde 2001, não se via uma greve com parada de produção como esta, protagonizada pelos trabalhadores da Petrobras das plataformas da Bacia de Campos. A greve é simplesmente para que tenham o direito a receber o dia de desembarque, já que ficam à disposição da companhia e é contado como folga. Simples assim, mas é uma luta que dura dez danos.
A Petrobrás respondeu de forma truculenta. Entrou na Justiça contra o movimento sindical, impedindo o acesso à sala de controle, obrigando (ou proibindo, a depender do caso) os companheiros a desembarcarem e entregando a produção ao seu grupo de contingência. Na verdade, pessoas despreparadas para a função, colocando em risco a vida de todos os trabalhadores e as próprias plataformas.
Por outro lado, numa greve radicalizada nas obras de ampliação e do setor de manutenção da Revap (refinaria de São José dos Campos), mais de 10 mil trabalhadores terceirizados e da construção civil fizeram uma greve de quase um mês. A greve foi vitoriosa e chegou-se a um acordo. Na semana seguinte, todo o comando de greve foi demitido e os trabalhadores novamente foram à greve. A empresa respondeu com centenas de demissões, enviou o Batalhão de Choque para a refinaria, agrediu e prendeu trabalhadores. Agora, determinou um lockout: parou as obras e quer colocar a polícia para investigar e processar os grevistas.
Outras categorias também estão firmes na luta. Os metalúrgicos da GM e da Volks derrotaram as multinacionais ao impedirem o banco de horas. Os Correios já vão para mais de 15 dias de greve, depois da tentativa do governo de lhes passar a rasteira e não cumprir com o acordo firmado pessoalmente pelo presidente Lula. No funcionalismo, greves e mobilizações atravessam diversos segmentos.
E segue o impasse da PLR. A Petrobras recusa-se a apresentar uma proposta que responda às expectativas dos petroleiros.
Esta é a política de Recursos Humanos da Petrobras e do governo Lula: propaganda enganosa, divisão da categoria, achatamento de salário, diminuição da PLR, criminalização do movimento sindical e, se nada der certo, o jeito é demitir e baixar o cacete! Tudo para não deixar seus acionistas internacionais chateados, para não deixar “o deus mercado” nervoso.
Mas a categoria está reagindo e, mais do que isso, reagindo com a unidade de todas as bases do país. Foi assim no dia 1º de julho, em que houve paralisações, atos e vigílias em todas as bases.
E assim será agora nesta Jornada de 48 horas.
Estas são as propospostas que devem permear o espírito de luta dos petroleiros nestes dias. Mas a empresa parece que não vai dar o braço a torcer. Por isso, é necessário apontar já a continuidade da mobilização.
Ao término desta Jornada de Mobilizações, devemos convocar uma Plenária de Petroleiros dos 17 sindicatos, da FNP e da FUP, que reunirá a representação de todas as unidades da Petrobras para construir uma Mesa Única de Negociação e votar um calendário de lutas unificado que culmine numa greve nacional da categoria – pelo jeito, o único idioma que o RH entende.
Além das paralisações, atos, manifestações e assembléias que vamos realizar nos próximos dois dias, cabe às direções sindicais e a todos os companheiros, em seus locais de trabalho, a discussão de propostas para aumentar a força e a unidade de nossa luta.
Até a vitória!