No 48º Congresso da UNE, os estudantes que se organizam na tese Ruptura estarão lutando pela formação de um bloco de esquerda para defender uma UNE Independente, Democrática e de LutaDe 18 a 22 de junho estará acontecendo o 48º Congresso da UNE, em Goiânia (GO). Este congresso tem muita importância, pois vai definir a posição da entidade diante do governo Lula.

A direção majoritária da UNE – UJS, ligada ao PC do B – e seus aliados de direita (PSDB, PTB, PPS, PSB etc) vêm atrelando cada vez mais a UNE ao governo.
Essas correntes apóiam, de fato, a política que o governo aplica, de submissão do país aos ditames do FMI e do Banco Mundial. Elas se calam diante dos cortes de verbas para a educação pública e desvio destas para o ensino privado. Defendem a participação da UNE no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), órgão de maioria empresarial, criado para legitimar as reformas do FMI. E seus partidos já definiram votar a favor da reforma da Previdência no Congresso Nacional.

Por outro lado, a Articulação Estudantil – corrente majoritária no PT e no governo – defende uma entidade ainda mais governista. Quer que a UNE apóie todas as medidas do governo, ao invés de propor organizar a luta dos estudantes por suas reivindicações.

Contra estas correntes, estudantes ligados à juventude do PSTU, que se organizam na tese RUPTURA, vêm defendendo a necessidade de um forte BLOCO DE ESQUERDA. Um bloco para recolocar a UNE no rumo da luta social e da organização pela base. Para construir uma aliança com os trabalhadores contra as medidas neoliberais que vêm sendo aplicadas. Para garantir uma UNE independente do governo e democrática.

ORGANIZAR A LUTA EM DEFESA DA EDUCAÇÃO E CONTRA A REFORMA DA PREVIDÊNCIA

A eleição de Lula gerou muitas expectativas nos estudantes e no movimento estudantil. Era grande a esperança de que esse governo e o novo ministro da Educação, Cristóvam Buarque, fossem acabar com o projeto neoliberal e colocar a Educação como prioridade nacional. Mas está acontecendo o oposto disto.

O atual governo manteve as negociações da Alca e assumiu ainda mais compromissos com o FMI, aprofundando o modelo neoliberal de FHC. Ele está atacando a educação e todos os serviços públicos para continuar pagando a dívida externa. A proposta de reforma da Previdência, além de retirar direitos históricos dos trabalhadores e privatizar a previdência, atinge também a educação.

Segundo o ANDES, sindicato nacional dos professores das universidades, 13% dos professores podem se aposentar já, para não perder o direito à aposentadoria. Na maioria das universidades aumentaram em mais de 100% os pedidos de aposentadoria. Isso levará ao fechamento de muitos cursos por falta de professores. O número de substitutos contratados temporariamente vai aumentar e vai piorar muito a qualidade de ensino.

Há hoje manifestações por todo o país para barrar essa reforma. No último dia 11, milhares tomaram Brasília. Essa luta vai continuar, pois o funcionalismo – especialmente funcionários e professores das universidades – vai seguir mobilizado, e tem, inclusive, indicativo de greve para a segunda quinzena de junho, justamente durante o congresso da UNE.

O congresso tem a tarefa de aprovar uma posição clara contra a Reforma da Previdência e pela retirada da PEC 40 do Congresso Nacional. A UNE tem que estar ao lado dos professores e funcionários nesta luta, chamando os estudantes a estarem com eles nas ruas e apoiando a construção da sua greve. É preciso criar comandos de mobilização em todas as universidades e organizar o movimento para derrotar mais este ataque à Educação.

Post author Hermano Rocha de Melo,
Primeiro secretário da UNE
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