Dia nacional de ocupações, convocado pela UNE para recuperar espaço perdido, fracassaDiante das mobilizações estudantis que se alastraram por todo país, finalmente a UNE entrou em cena. Mas se enganaram aqueles que apostavam que a entidade jogaria seus esforços no sentido de fortalecer as greves e ocupações. Pelo contrário. Com objetivo de capitalizar para si a visibilidade conquistada pelo movimento independente, a UNE marcou para 6 de junho um dia nacional de ocupação de reitorias para reivindicar a criação de um “plano nacional de assistência estudantil”, defender a “autonomia universitária” e exigir o investimento de “10% do PIB para educação”.

O tiro saiu pela culatra. Apesar de todo o esforço e investimento do Planalto para assegurar a representatividade da UNE perante os estudantes, o dia 6 foi um fiasco. Mesmo se utilizando de bandeiras históricas, a UNE foi incapaz de mover sequer sua própria militância.

Não dá mais para esconder que a privatização dos restaurantes universitários e o estado de penúria das moradias estudantis são causados pelos sucessivos cortes do orçamento da educação, que já ultrapassaram mais de R$ 1 bilhão durante o governo Lula. Não dá para negar que a autonomia universitária é totalmente comprometida com o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI), defendido pela UNE. Por fim, nem mesmo o PCdoB pode acreditar que o investimento de 10% do PIB para educação é possível sem deixar de pagar a dívida externa. Ou seja, as bandeiras históricas não podem mais ser seguradas pelos governistas. Em suas mãos cabem somente sua aliança de casamento com o governo Lula.

O governismo desesperado da UNE é conhecido por todos e se choca frontalmente com os estudantes em luta. Gustavo Petta, apelidado carinhosamente de “Pettinha” por Lula, foi literalmente expulso pelos estudantes da vitoriosa ocupação da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), ao tentar negociar nos bastidores com a reitoria a retirada dos ocupantes.

Na USP, símbolo nacional de resistência aos decretos de Serra, a UNE não enviou nem ao menos uma moção de apoio aos estudantes que se sacrificam dia após dia para defender a autonomia universitária. A ocupação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e o acampamento da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) são ignoradas e abandonadas à própria sorte pela entidade.

O questionamento da UNE ganhou proporções nunca antes vista. Não foi a toa que o