Começou, no dia 14, em São Paulo, a Conferência da Unctad, sigla em inglês do órgão das Nações Unidas para o desenvolvimento.

Até o dia 18, representantes dos 192 países membros da organização estarão participando de debates sobre temas como inserção das economias dos ditos “países em desenvolvimento” no comércio exterior.

Também participam 20 chefes de Estado, além do secretário-geral da ONU, Kofi Annan, do secretário-geral da Unctad, Rubens Ricupero, e do presidente Lula, que instalou seu gabinete no encontro.

O objetivo real da conferencia é resgatar as agendas de negociações de livre comércio que hoje se encontram paralisadas (OMC, União Européia e Alca), por conta dos subsídios agrícolas concedidos aos fazendeiros dos países ricos.

Apesar de ser tratada como uma “alternativa” a outros organismos econômicos do imperialismo, como o FMI, o Banco Mundial e a OMC, a Unctad, na verdade, está longe de ajudar os países em desenvolvimento. Está fundamentada na lógica do livre comércio – total liberdade para os lucros das multinacionais e destruição de direitos e da soberania para os países pobres – responsável pelo desemprego e pela miséria do planeta.

Esse caráter ficou explícito já nos primeiros dias da conferência, quando os países do Mercosul propuseram que 90% do seu comércio com a União Européia passassem a ficar livres de qualquer taxação, em troca de mais acesso ao mercado agrícola europeu.

A reunião é apenas uma rodada de negociações paralela às da OMC, cujo objetivo não será a melhoria das condições de vida dos trabalhadores dos países pobres e, tampouco, o questionamento da ofensiva recolonizadora imperialista.

Todos os governos que participam desse evento estão comprometidos com essa lógica e sua atuação resumiu-se a uma tentativa de garantir algumas migalhas de acesso ao mercados imperialistas para aumentar o lucro dos seus empresários exportadores.

No dia 14, cerca de 1.500 pessoas protestaram contra o livre comércio, em frente ao
local da realização da Uctad.
Post author Jeferson Choma, da redação
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