Estudantes ocupam
José Cruz / ABr

A assembléia, que contou com a participação de 1.300 estudantes, decidiu ocupar todo o prédio da universidade, garantindo livre acesso dos estudantes. Os seguranças da universidade bloqueavam a saída do gabinete da reitora, impedindo que os alunos ocupados saíssem ou que outros estudantes entrassem. Alimentos e outros objetos tinham de ser “içados” pela janela. Apesar de o movimento ser pacífico, em diversos momentos houve agressão dos seguranças contra os estudantes.

No momento em que os estudantes ocupavam todo o prédio, os seguranças novamente atacaram os alunos, agredindo diversos alunos. A Polícia Federal recomendou e a direção da universidade acatou o corte de água e luz do prédio. “Os seguranças bateram muito em vários estudantes, e agora estamos aqui sem água, comida, colchonetes, em uma situação precária”, denuncia Luíza Oliveira, estudante da Conlute e militante do PSTU.

No dia 4, a juíza federal Crisitiane Pederzolli, da 17ª Vara do Distrito Federal, concedeu liminar de reintegração de posse à Fundação de Brasília. A Polícia Federal deu prazo para os alunos desocuparem a reitoria até 15h do dia 7, segunda-feira. No entanto os estudantes realizaram uma massiva assembléia que aprovou por ampla maioria a continuidade da ocupação e a ampliação do movimento.

Desocupação só com saída de reitor
O reitor é acusado de utilizar verbas da Fundação Universidade de Brasília, que atua na UnB, em despesas pessoais e na compra de móveis de luxo. O escândalo causou ainda mais indignação por envolver uma lixeira de R$ 1.000, paga pela verba da universidade e encontrada no apartamento do reitor. Além disso, Mulholland utilizava um carro de luxo comprado com dinheiro da fundação.

Além da saída do reitor e do vice, os estudantes exigem a dissolução do conselho da Fundação Universidade de Brasília (FUB) e a convocação de novas eleições diretas e paritárias. Além disso, os estudantes defendem a abertura das contas das fundações privadas e o cancelamento dos convênios públicos firmados com as instituições privadas.

A reitoria chegou a divulgar à imprensa que atenderia uma série de reivindicações estudantis, como a construção de novas moradias e a ampliação de bolsas. Os estudantes, porém, só desocupam o local com a saída do reitor. “A assembléia aprovou manter a ocupação até a saída do reitor”, afirma Luíza.

Diante da intransigência da reitoria, os estudantes fortaleceram e ampliaram o movimento de ocupação. Cerca de mil alunos ocupam todo o prédio. Apesar de a polícia federal ter saído do campus, a reintegração de posse pode se dar a qualquer momento. Assim como ocorreu durante a ocupação da USP em 2007, a grande imprensa veicula notícias mentirosas contra o movimento, taxando os estudantes de “baderneiro”.