Uma minoria em todo o mundo enriquece através da corrupção por falta de controle da maioria, os trabalhadores. Só uma revolução socialista garantirá o fim da corrupçãoA corrupção é tão comum que as pessoas se acostumam, perdem a capacidade de indignar-se. Mas veja bem, um trabalhador que ganhe salário mínimo teria que trabalhar perto de 200.576 mil anos para receber o mesmo valor de dinheiro movimentado em um único dia por Maluf em sua conta na Suíça. Um professor com salário de R$ 1 mil por mês levaria 52.150 mil anos para ganhar essa quantia; um médico bem remunerado, com um salário em torno de R$ 4 mil, precisaria de 13 mil anos. Ou seja, nenhum trabalhador, por melhor que seja o seu salário, teria possibilidade de receber, em toda a sua vida, o que um corrupto pode movimentar em um dia em contas no exterior.

O PT, que antes das eleições posava de ético, também nesse terreno é a continuidade de seus antecessores. Com a maior cara-de-pau, acabou de dar um show de corrupção, ao comprar o voto de deputados com verbas do Estado, para aprovar o mínimo de R$ 260. É impressionante que isso não seja visto como uma das formas mais vergonhosas de corrupção. Além disso, a sucessão de casos de corrupção mostra como o PT acostumou-se à prática típica do PSDB, PFL, PMDB etc.

Os saudosistas da ditadura militar podem argumentar que naqueles tempos isso não acontecia. O que não havia era o mínimo de liberdade para que os escândalos fossem denunciados. As famosas “obras inacabadas”, como a Transamazônica, ou até concluídas, como a ponte Rio-Niterói, foram um imenso escoadouro de bilhões e bilhões para empreiteiras e governantes.

Muitos pensam que isso é um “problema do Brasil”. Puro engano. A corrupção acontece em todo o mundo. O ex-presidente do Peru, Alberto Fujimori, está foragido no Japão, não podendo voltar a seu país por corrupção. Sistematicamente a Justiça e os governos colombiano e boliviano são pegos em casos de favorecimento ao narcotráfico.

Nos EUA, o país imperialista mais forte, os escândalos da Enron revelaram a corrupção de grandes figuras do governo Bush, que facilitaram as fraudes bilionárias da empresa. E na França, situada na culta e educada Europa, seu presidente, Jacques Chirac, já esteve envolvido em denúncias de corrupção.

Este é um mal presente em todos os regimes em que uma minoria controla o aparato de Estado, sem nenhum controle da maioria, os trabalhadores. A causa é simples: em uma sociedade em que impera a desigualdade, quando existe alguém que movimenta muito dinheiro, sem ser controlado, pode começar a roubar. E não adianta colocar mais um, para controlar o ladrão, porque ele também pode ser comprado.

Os Estados capitalistas são verdadeiras ditaduras do capital, em que funcionários representam os interesses de uma minoria da sociedade, a burguesia, por isso, sempre resultam em regimes corruptos. As grandes empresas financiam as campanhas eleitorais e corrompem candidatos, partidos, governos, congressos, juízes, polícias.

Mesmo nos países em que o capitalismo foi expropriado, mas que funcionavam como ditaduras burocráticas, a corrupção corria solta.

Nos países capitalistas, com a globalização e o neoliberalismo, a corrupção aumentou. Não é por acaso que Collor, que implantou o neoliberalismo no país, tenha sido também um símbolo da corrupção. Calcula-se que Collor roubou aproximadamente 1 bilhão de dólares. Isso porque o Estado diminuiu gastos em serviços básicos, como Saúde e Educação, e ampliou gastos financeiros (pagamento das dívidas aos bancos etc).

Desconfie, portanto, de todos os políticos que se dizem “éticos”, “contra a corrupção”, e defendem o atual modelo econômico e o regime político. Collor também dizia a mesma coisa em sua campanha eleitoral, assim como o PT.
Post author Eduardo Almeida e Cláudia Costa, da redação
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