Um dos debates mais intensos no congresso foi a criação de uma nova entidade para os estudantes brasileiros. A proposta de criação da ANEL (Assembleia Nacional dos Estudantes Livre) foi aprovada na plenária final pela ampla maioria dos delegados presentes. Assim, o novo movimento estudantil, construído nas lutas, nas assembleias de base e nas ocupações de reitoria possui agora uma entidade nacional democrática, combativa e livre das amarras do governo.

A ANEL, que já surge com ampla representatividade demonstrada no congresso, não apenas será diferente da UNE em relação ao programa e às posições defendidas, mas também em seu funcionamento. A nova entidade será controlada pelas bases, a partir dos centros acadêmicos, grêmios, DCEs e executivas de curso. A ANEL se reunirá de dois em dois meses em sua assembleia nacional, composta por delegados eleitos pelas entidades e na base dos cursos. São os estudantes que constroem a luta que irão dirigir a entidade.

Será formada uma comissão executiva das entidades que constroem a ANEL, com o objetivo de executar as tarefas aprovadas na assembleia, tais como confecção de jornais, adesivos e etc. Esse funcionamento também será reproduzido nos estados, garantindo um funcionamento democrático e controlado pelos estudantes.

Assim, surgida das lutas e de um congresso amplamente vitorioso, a ANEL poderá cumprir o papel de dar organicidade ao novo movimento estudantil. Diante da crise econômica, novos embates virão. Sem dúvida, a partir da construção da ANEL, o movimento estudantil avançará ainda mais em sua organização e combate aos planos neoliberais na educação.

A aliança com os trabalhadores
Outro debate fundamental que marcou o congresso foi a necessidade da unidade com os trabalhadores para superar o capitalismo. Nestes tempos de crise, a aliança operário-estudantil se faz ainda mais necessária para evitar que os patrões e o governo joguem a crise sobre as costas dos trabalhadores e da juventude.

Neste sentido, o congresso aprovou não apenas um calendário de ação conjunta com a classe trabalhadora, como também definiu a filiação da ANEL à Conlutas. Assim, a nova entidade já surge comprometida com a luta dos trabalhadores e concretiza essa aliança na construção da Conlutas. Isso será fundamental para preparar as lutas contra os efeitos da crise no próximo período.

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