Dayse Oliveira, 36 anos, professora e ativista do movimento negro, é a candidata do PSTU à vice-presidência. Dayse é a primeira mulher negra a concorrer a este cargo, uma situação que, em suas próprias palavras, tem um significado muito especial para o PSTU: “Com a escolha de meu nome para compor a chapa com Zé Maria, o PSTU está procurando sintetizar uma postura política fundamental para nós: a luta contra a opressão — seja ela a racista, a machista ou a homofóbica — tem que estar permanentemente vinculada à luta contra a exploração capitalista. Uma chapa formada por uma mulher negra e um dirigente sindical, para nós, tem este significado”.

Uma luta de raça e classe

Um significado que, ainda segundo Dayse, é particularmente importante no que se refere à perversa combinação que se faz entre o racismo, o machismo e a exploração: “Malcolm X dizia que não existe capitalismo sem racismo, já que este é o sistema que mais profundamente se utilizada da opressão para superexplorar setores inteiros da população. O Brasil é prova inconteste disto. Este é um país onde mulheres negras ganham, em média, um terço do salário recebido pelos homens brancos; são vistas como eternas serviçais dos “sinhozinhos” — seja como objeto sexual ou no mercado de trabalho — têm suas histórias deturpadas nos meios de comunicação e são vítimas preferenciais da violência machista. São mulheres que, no entanto, também, são a maioria entre as que mantém suas famílias sozinhas, estão nas mais diversas luta e, por isso mesmo, merecem o poder. Minha candidatura está a serviço não somente da denúncia de tudo isto, mas também, e fundamentalmente, tem como objetivo fazer um chamado a todos os chamados setores oprimidos e marginalizados a se organizarem para, juntamente com os trabalhadores de todas as raças, lutar contra o capitalismo e pela construção de uma sociedade socialista, a única forma de realmente superarmos a opressão”.

Uma trajetória de luta

Dayse, que atualmente leciona na rede pública da região de Niterói (RJ) começou sua trajetória de luta no movimento secundarista, em 1984, na luta por Diretas Já e organizando uma campanha em solidariedade à Revolução Nicaragüense. Já formada, em 1985, começou a lecionar e atuar na oposição ao Sindicato dos Professores de Educação do Rio.

Em 1986, início o curso de História na Universidade Federal Fluminense e, entre 1988 e 1992, participou da direção do Sindicato e também foi diretora da Central Única dos Trabalhadores (CUT), do rio de Janeiro.

A partir de 1990, passou a residir em Niterói, onde iniciou um trabalho junto ao movimento de bairros, no Jardim Catarina — uma gigantesca comunidade, formada majoritariamente por negros e negras — onde começou a dar aulas num cursinho pré-vestibular organizado pelo movimento negro. Depois, como membro da Secretaria de Negros e Negras do PSTU, ajudou a organizar, em São Gonçalo, o Núcleo de Consciência Negra João Cândido, onde atua até hoje.

Como professora, atuou recentemente na greve da categoria que teve um grave enfrentamento com o governo petista de Benedita da Silva.

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