A luta contra essa Reforma precisa ser assumida por todos os trabalhadores, que devem apoiar o funcionalismo e unificar suas campanhas com a deles. O funcionalismo federal decidiu em Plenária Nacional entrar em campanha contra a Reforma e ir à greve se o PL-9 for à votação. Os servidores estaduais e municipais devem se unir com os federais num plano de lutas comum.
Dirigentes dos servidores falam da preparação de sua luta:

‘Preparar a greve’
Ana Luisa, da Federação Nacional dos Trabalhadores do
Judiciário Federal e militante do PSTU

“O funcionalismo está indignado e tem muita disposição para lutar. Devemos fazer uma campanha que busque o apoio e unidade com os demais trabalhadores e preparar a greve, sem vacilação. Devemos ter um plano de lutas. Devemos realizar uma paralisação de 24 horas já agora em abril, buscando nos unir aos demais trabalhadores para ganharmos as ruas.

A plenária dos servidores votou o caminho da luta. Já a reunião da Coordenação Nacional com o governo, posterior à Plenária, foi um escândalo. Os ministros se negaram a arquivar o PL-9 e disseram não haver dinheiro para negociar um reajuste salarial maior do que 2,5%.

Não podemos concordar com a maioria dos membros da comissão de que foi um “grande avanço” a reunião ter existido e de que as negociações podem avançar. Isso confunde e desarma os servidores. Não existe esperança de avanço nas negociações sem a greve unificada e grandes atos, conquistando o apoio e a unidade com os demais trabalhadores.

O funcionalismo não deve tolerar nenhuma vacilação dos dirigentes, que precisam estar à altura de uma luta em que estão em jogo direitos históricos.

Andes vai à luta

Quando fechávamos esta edição, estava ocorrendo o 22º Congresso do Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior) em Teresina (PI). Os 380 delegados estavam na iminência de votar um indicativo de greve no caso de o governo colocar em votação o PL-9.

O vice-presidente do Andes, José Domingues Godoi, declarou que o indicativo de greve deve ser aprovado por unanimidade. “Em 2002, FHC não conseguiu aprovar o PL-9 pela atuação dos partidos que hoje compõem a base governista. Agora o governo que assume quer colocar o projeto em votação. É assustador”.

O segundo-tesoureiro do Andes, Antonio Luiz de Andrade, o Tato, declarou que na luta contra a reforma do governo é necessário unir as três esferas do serviço público. “Aproximar-se dos trabalhadores da iniciativa privada, para que eles tenham clareza sobre a reforma, e fazer uma articulação com o movimento popular e estudantil, criando comitês nos moldes dos que existem na luta contra a guerra e a ALCA”, defende Tato.
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