Durante 30 dias, os bancários fizeram uma greve heróica, a maior de sua história, em horas paradas. E isso tudo, apesar e contra as diretorias dos sindicatos. No dia 14 de setembro, as assembléias realizadas em quase todo o país se transformaram em uma imensa rebelião contra a direção dos sindicatos mais importantes da categoria, como o de São Paulo e da Confederação Nacional dos Bancários (CNB-CUT). Rechaçando acordo fechado entre a CNB-CUT e os banqueiros, a categoria votou pela greve por tempo indeterminado, que se estendeu por todo o país.

Na verdade, esta é uma primeira grande rebelião de uma categoria nacional contra a reforma Sindical que a CUT e o governo querem aprovar. Se já tivesse sido aprovada a reforma, a CNB-CUT teria simplesmente assinado o acordo que fizeram com os banqueiros.

…e enfrentou o governo Lula

Nesta greve, o papel do governo foi o de atacar os trabalhadores, através das direções do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal e de ministros que foram dirigentes da categoria, como Ricardo Benzoini e Luiz Gushiken. Ameaçaram descontar os dias parados, apelaram aos interditos proibitórios, à polícia e incentivaram a pressão de gerentes. Em suma, a mesma política dos banqueiros para acabar com o movimento.

Lula fez uma opção. Ele decidiu seguir o receituário do FMI e buscar a “inserção soberana na globalização”. O ponto central do acordo com o FMI é a meta de superávit primário das contas públicas. Estes recursos são tirados dos orçamentos públicos e das estatais para pagar parcialmente os juros aos bancos. Se não bastasse essa ajuda aos banqueiros, o governo deverá elevar a taxa de juros depois. Ou seja, bilhões para os banqueiros e repressão e arrocho para os bancários.

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