As ativistas do movimento sindical, estudantil e popular sentem uma profunda necessidade de unidade para lutar, e também de unidade para participar das eleições.

Para avançar nas lutas imediatas, foi fundada a Conlutas. Para as eleições, existe um grande ponto de interrogação. Vai haver ou não a frente de esquerda, classista e socialista? Ou vai haver uma dispersão, com PSOL e PSTU se apresentando em separado?

Existe hoje uma enorme confusão entre os trabalhadores. Muitos acham que Lula não era o que esperavam, mas temem a volta da direita. Apegam-se ao reajuste do salário mínimo e à Bolsa Família, para pensar em votar de novo em Lula.

Não vêem que este governo já está começando a reforma trabalhista (com o Super Simples), que vai tirar dos trabalhadores muito mais do que qualquer governo da direita já conseguiu. Não vêem que já começaram os tremores da economia capitalista, com a crise da Volks e da GM, que ameaçam demitir milhares de trabalhadores, com a cumplicidade do governo.

A maioria dos trabalhadores, ainda assim, está pensando em votar em Lula para evitar Alckmin. Esta falsa polarização é uma expressão do engano estimulado por esta falsa democracia. Vota-se de dois em dois anos para que nada mude, escolhe-se entre dois programas iguais, com ladrões diferentes. Marx dizia que o único direito dado aos trabalhadores na democracia burguesa é o de votar nos representantes da burguesia que irão explorá-los nos próximos anos. Aqui é preciso acrescentar que irão também roubá-los.

Neste próximo período, em que o país vai quase parar para acompanhar a Copa, se definirá o que vai acontecer nas eleições, com as frentes sendo definidas ou não.
É preciso superar a dispersão na oposição de esquerda ao governo Lula. O PSTU vem reiterando uma proposta unitária de Frente Classista e Socialista, com o PSOL e o PCB. A direção do PSOL, entretanto, rejeita esta proposta, e propõe a adesão às suas candidaturas e a seu programa democrático, semelhante ao do PT de 2002.
A possibilidade de efetivação da frente se reduz a cada dia. Se ela não se concretizar, o trabalho do governo e do PT, será facilitado, pois não enfrentarão um adversário unificado.

Neste fim de semana ocorre a Conferência do PSOL, que pode modificar o curso atual das discussões e reencaminhar o debate para a concretização da frente.
É hora dos ativistas de todo o país participarem deste debate. Há muito a ganhar (ou perder), a depender de seus resultados.
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