Existem dados que indicam uma redução na dinâmica de queda nos países imperialistas em abril, o que está sendo utilizado para a propaganda de que o pior já passou. Isso possibilitou uma alta nos índices das bolsas (inclusive no Brasil), que fortaleceu essa campanha.

No entanto, a própria revista The Economist, expressão consciente do capital financeiro, alerta que essas expectativas são discutíveis. Em um artigo recente, diz: “Entre 1929 e 1932, o Dow Jones Média Industrial subiu mais de 20% quatro vezes, só para cair depois abaixo do seu patamar prévio. A crise de hoje viu cinco momentos nos quais os preços das ações aumentaram mais de 10% só para afundar novamente”.

Mesmo no caso de um alívio na queda dos índices de produção em abril, a campanha “o pior já passou” se choca com a realidade. Ainda mantendo uma dinâmica geral de aprofundamento da crise, sempre haverá alguns momentos de breve melhora conjuntural para logo vir uma piora.

A gravidade da situação pode ser medida pelo tamanho da campanha de propaganda. Quando o imperialismo tem necessidade de tentar encobrir a realidade dessa maneira, é porque se trata de uma necessidade política de importância. O imperialismo tenta criar esse clima otimista para anestesiar os trabalhadores e evitar que lutem por seus direitos. A possibilidade de explosões sociais está cada vez mais presente mesmo nos países imperialistas.

A dinâmica é de forte recessão… ou uma depressão como a de 1929
A gravidade da situação econômica indica a possibilidade de que estejamos caminhando em direção a uma depressão semelhante à de 1929. Na hipótese de que ocorra algo assim, poderia ser ainda pior que a de 1929, em primeiro lugar pela dimensão do capital financeiro, que está derretendo.

Em 1929, os bancos norte-americanos (os mais importante do mundo hoje) eram qualitativamente menores que nos dias de hoje, sendo apenas em geral bancos regionais.

Em segundo lugar, em 1929 existia uma potência imperialista hegemônica – os EUA – em ascenso. Hoje, há uma decadência do conjunto do imperialismo, com os EUA sendo parte importante deste declínio.

Mas, evidentemente, não existe somente a hipótese da depressão. A forte intervenção dos Estados imperialistas – mais uma diferença em relação a 1929, desta vez a favor do capital – pode diminui os efeitos do processo recessivo, impedindo a depressão.

Seguem, portanto, colocadas as duas hipóteses para a evolução da economia internacional que viemos discutindo desde o início do ano: uma depressão ou uma recessão forte que leve a uma recuperação frágil e a novas crises posteriores.

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