Nesta terça, dia 25 de outubro, comemoramos os 88 anos do acontecimento mais importante do século XX, a Revolução Russa. Nesta data, em 1917, o mundo inteiro tremeu pelo impacto causado não por um terremoto que tenha atingido o último grau na Escala Richter, mas por uma revolução social e política na Rússia, levada a cabo pela classe trabalhadora. O glamour e a sofisticada exuberância do Czar partiram-se em pequenos pedaços de cacos do espelho, junto com o antigo regime.

A Revolução Russa de 1917 foi a maior de todas. O proletariado mundial sentiu diante de si os ventos de novos tempos para a luta de classes. À frente das massas estava o Partido Bolchevique, que foi decisivo nos meses de fevereiro a outubro daquele ano, diante de um governo de Frente Popular. A aplicação do marxismo levou o país mais agrário da Europa a uma explosão revolucionária provocada pela desigualdade do seu desenvolvimento combinado aos avanços tecnológicos já demonstrados na I Guerra Mundial por todos os outros países. Naquela altura, a certeza de que as revoluções em países atrasados deveriam ser dirigidas pela burguesia chegava ao fim. A Revolução de Outubro não só derrubou uma ordem baseada no privilégio e no endeusamento de uma casta dominante czarista como também conduziu a burguesia a rever os seus conceitos de classe na medida em que são os trabalhadores os protagonistas daquele evento, levando os lacaios burgueses a reboque durante o processo revolucionário.

Lenin, Trotsky e outros bolcheviques não acreditavam na revolução socialista somente nos marcos geo-sociais da Rússia. A revolução em um só país satisfazia os utópicos, tranqüilizava os imperialistas e engordava os burocratas social-democratas e oportunistas com suas desmedidas pilantragens. Na verdade, era preciso uma revolução permanente que pudesse atravessar as fronteiras nacionais e desembocasse numa transformação estrutural em escala mundial.

A Revolução Russa tentou uma difícil transição ao socialismo como o produto distorcido das contradições que envolveram a Rússia ao atraso social e econômico, apesar de ter se transformado em um Estado operário depois da queda do regime monárquico, mesmo dentro dos marcos do capitalismo, pela desapropriação da burguesia e na constituição de uma economia planificada bem como o monopólio do comércio exterior. Outubro de 1917 ficou para sempre no pensamento da humanidade como a fonte inicial da engrenagem que fez girar para frente a roda da História. A constituição do primeiro Estado Operário fortaleceu o marxismo revolucionário, dando ao mundo a prova da solidez do espectro socialista a partir de sua cientificidade política.

A Revolução Russa ficou para todos nós, que acreditamos na luta dos trabalhadores como a possibilidade real de uma mudança pela raiz do sistema capitalista, a começar pela abolição da propriedade privada dos meios de produção, pelo modo da criação de organismos que acionem o fator consciente como a direção do processo revolucionário de transformação dessa sociedade em uma outra, mas socialista, anulando de fato não só as relações de classes na sociedade como também os mecanismos ideológicos de controle do podre capitalismo e o fim da supremacia burguesa. A Revolução Socialista virá em escala planetária a partir das mãos dos trabalhadores, de um partido revolucionário com base no bolchevismo e no fortalecimento da crença no futuro comunista como forma de evitarmos a idéia dominante dessa época imperialista.