Ciro Gomes escolheu o sindicalista Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente da Força Sindical para compor sua chapa como vice. Ciro Gomes viu as enormes possibilidades que o apoio da Força Sindical, com 1.400 sindicatos filiados e 14 milhões de eleitores potenciais, poderia trazer a sua campanha.

A aliança entre Paulinho e Ciro não é de se estranhar. Como presidente da Força e um dos criadores do chamado “sindicalismo de resultados”, Paulinho esteve na linha de frente dos apoiadores das reformas implantadas no início do governo FHC, inclusive a reforma da Previdência e a quebra dos monopólios estatais.

Defendeu com unhas e dentes o “maior acordo do mundo”, que permitiu ao governo enrolar os trabalhadores, pagando com desconto e em prestações a perder de vista o FGTS confiscado nos planos Verão e Collor I. O acordo hoje é contestado até pelos sindicatos da própria Força, que conseguiram na Justiça o pagamento integral da dívida.

Referente à reforma da CLT, Paulinho participou das propagandas do governo afirmando as “vantagens” da livre negociação entre patrões e empregados e iniciou acordos com o empresariado para reduzir direitos dos metalúrgicos paulistas. Somente esse episódio já seria o suficiente para dizer muito do suposto caráter oposicionista da candidatura de Ciro Gomes.

O fato é que as manobras feitas pelos candidatos para conseguir votos podem causar enorme confusão no movimento operário. A candidatura de Lula, para tornar-se confiável e atraente ao grande empresariado e ao capital internacional, “ampliou seu leque de alianças” de tal forma que foi parar no direitista e neoliberal PL e colocou como seu vice “o patrão que o Brasil precisa”. Um grande desserviço para a classe trabalhadora.

O burguês Ciro Gomes tentou ocupar um grande espaço no movimento operário, fazendo um movimento inverso e colocando como seu vice um sindicalista, no caso, o sindicalista que o Brasil também não precisa


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