Não podemos aqui desenvolver extensamente o programa de medidas que consideramos necessárias para avançar realmente para o socialismo. Por isso, citaremos apenas as que consideramos centrais: deixar de pagar a dívida externa e romper com o FMI, anular os contratos firmados pela PDVSA com as empresas imperialistas, expropriar sem indenização as empresas e bancos imperialistas e os grandes grupos econômicos venezuelanos (como Cisneros e Mendoza). Junto com isso, ressaltamos que todo o processo deve estar sob controle dos trabalhadores e do povo, para que, em suas próprias organizações (sovietes, conselhos ou assembléias populares, etc.), discutam e resolvam democraticamente como aplicar os recursos e utilizar a riqueza produzida. Ao mesmo tempo, repetimos a necessidade de destruir as Forças Armadas burguesas e formar um corpo militar dos trabalhadores e das massas.

 Atualmente Chávez mantém uma estreita amizade com Fidel Castro. Mas ambos parecem ter esquecido as lições da própria experiência cubana de 1959-1961. O Exército Rebelde derrotou e destruiu as Forças Armadas de Fulgencio Batista e, depois, expropriou as empresas do imperialismo e da burguesia cubana. Esta foi a base que permitiu a Cuba, então um dos países mais pobres do continente, superar em poucos anos os piores males do capitalismo, como a fome, a miséria, o analfabetismo e a mortalidade infantil. Lamentavelmente, a própria direção cubana, encabeçada por Fidel, hoje restaurou o capitalismo na ilha e muitos desses males começam a reaparecer.

O certo é que Chávez aplica a política deste Fidel restauracionista, e não a daquele Fidel revolucionário. Por isso, não apenas não vai levar adiante essas medidas, mas estará contra elas. A conclusão é que o único caminho real para avançar rumo ao socialismo na Venezuela será através da organização e da mobilização revolucionária independente dos trabalhadores e das massas, em luta contra o governo de Chávez e sua política.
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