A bandeira ecológica insere-se na luta pela superação completa do regime de exploração. O dilema colocado por Engels e Rosa Luxemburgo, socialismo ou barbárie, aparece sob uma nova forma e é cada vez mais urgente para a sobrevivência da espécie humana. Ou o capitalismo é superado ou a humanidade seguirá para a barbárie e o ecocídio.

Mas é preciso travar uma batalha imediata para frear o aquecimento global. Qualquer luta contra a devastação ambiental, ou que exija a criação de leis de proteção, vai contra as leis de mercado e se choca diretamente com os governos. Por isso, essa luta deve ser articular com as demandas da classe trabalhadora e suas organizações, que constituem a força fundamental para qualquer transformação radical da sociedade.
Os governos capitalistas de todo o mundo sequer conseguem definir tímidas metas de redução da poluição. Por isso, os trabalhadores e ambientalistas precisam travar uma luta contra todos os governos e exigir medidas de regulamentação que reduzam para valer as emissões dos gases estufa em 80% até 2050, como propõe o IPCC.
Além disso, os trabalhadores e ambientalistas devem lutar por um programa de demandas imediatas que inclua:

  • O fim das políticas econômicas neoliberais que ampliam o saque às riquezas dos recursos naturais dos países mais pobres.
  • Mais verbas para pesquisas de fontes de energia limpas, em substituição às matrizes fósseis.
  • Defesa da Floresta Amazônica e do cerrado contra o avanço destruidor do agronegócio. O que significa também lutar contra a flexibilização do Código Florestal Brasileiro, alvo dos latifundiários.
  • Suspensão imediata do cultivo e comercialização dos transgênicos.
  • Remanejamento das populações que vivem em áreas de risco e de preservação permanente, através da expropriação de terras de modo a acomodar todas essas pessoas em habitações dignas, em locais dotados de serviços públicos essenciais como água, esgoto, iluminação e etc.
  • Em defesa da água. Água é vida e não mercadoria. Por isso, devemos repudiar a lei brasileira 9.433/97, que instituiu a “política nacional de recursos hídricos”, com as formas de gerenciamento da água no país. No artigo 1º, a lei estabelece que “a água é um recurso natural dotado de valor econômico”.
  • Contra a criação da usina de Belo Monte, a transposição do Rio São Francisco e a construção de Angra 3 .

    Post author Zé Maria, pré-candidato à presidente
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