O novo ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB), é um político próximo do grande empresariado de mídia, particularmente da Rede Globo, na qual trabalhou como jornalista, em Minas. Alçado à condição de ministro numa frustrada reforma ministerial em que Lula tentava comprar o apoio do PMDB, Hélio Costa já deu mostras dos beneficiários de sua gestão. Na discussão sobre o novo modelo de TV digital, que deve ser adotado até fevereiro, o ministro é contra o estabelecimento de um padrão nacional.

A TV digital já é realidade nos países desenvolvidos, permitindo, por exemplo, a interatividade entre televisão e internet, o que poderia fazer com que milhões de pessoas tivessem acesso à internet. Existem atualmente três padrões para a TV digital no mundo: o americano, o europeu e o japonês. Alguns setores defendem a elaboração de um padrão nacional, que levasse em conta a realidade socioeconômica do país. Costa, no entanto, congelou as verbas utilizadas para a pesquisa de um padrão brasileiro e defendeu a adoção de algum modelo estrangeiro, defendendo até a redução de impostos na importação de equipamentos para o estabelecimento do padrão internacional. O ministro também vem promovendo reuniões em separado com donos de empresas, provocando a revolta de entidades do Comitê Consultivo da TV Digital.

Ao mesmo tempo, o ministro dá seqüência à perseguição contra as rádios livres levada a cabo pelo governo Lula e é contra a adoção do software livre em áreas públicas, medida que poderia economizar milhões em licenças às multinacionais. A gestão do ministro já provocou uma petição que circula na internet exigindo sua saída imediata.
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