Conlutas e demais organizações preparam no 1º de abril um dia de luta contra as demissões na Embraer e os efeitos da crise sobre os trabalhadoresO IBGE divulgou no último dia 6 a queda história da produção industrial do país, de 17% em janeiro de 2009, comparado ao mesmo mês do ano anterior. O governo e a imprensa não conseguem mais esconder, o Brasil já está em recessão. Cresce as demissões em praticamente todas as regiões, como a recente onda de desligamento em massa que ocorreu na Embraer. A empresa mandou embora de uma só vez mais de 4200 funcionários e o caso tornou-se símbolo nacional da crise e da resistência dos trabalhadores.

É nesta conjuntura que ganha importância a organização de um dia de lutas e paralisações no dia 1º. de abril, a fim de nacionalizarmos e politizarmos o atual processo de lutas contra as demissões e pela reintegração dos demitidos e reestatização da Embraer. Este dia nacional de mobilização foi organizado a partir da atividade unitária que discutiu, durante o Fórum Social Mundial em Belém (PA), a crise econômica e a reorganização do movimento no Brasil. A atividade reuniu Conlutas, parte da Intersindical, MTST, MTL, entre outros setores. Posteriormente, somaram-se à convocatória da jornada o MST e outros setores da Intersindical.

Conlutas faz chamado às centrais unirem forças em jornada
A Conlutas chama a incoporarem-se aos preparativos da jornada todos os setores dispostos a organizar a luta contra as demissões. Incluem-se aí as demais centrais sindicais, como Força Sindical e CUT, não esquecendo as grandes diferenças de programa e prática sindical existentes entre elas e a Conlutas. Diferenças como o apoio dessas centrais aos subsídios do governo às empresas, assim como as propostas de redução de salários e direitos como alternativa às demissões.

Garantir a unidade
Infelizmente, a direção majoritária da CUT rompe a possibilidade de unificação em torno ao dia 1º. de abril, e está convocando protestos para o dia 27 de março. Felizmente, várias entidades ainda do campo da CUT estão rompendo a orientação equivocada desta central e se somam ao dia 1º. de abril.

A CTB, central dirigida pelo PCdoB, com quem a Conlutas também mantém grandes diferenças no programa para enfrentar a crise e na sua posição de apoio ao governo Lula, felizmente definiu realizar protestos em todo o país também no dia 1º. de abril.

O chamado não faz com que a Conlutas deixe de polemizar com a política governista e entreguista levada a cabo pela CUT e Força Sindical. O momento atual exige, porém, uma ampla unidade de ações contra as demissões. Somente com a mobilização da classe será possível barrar as demissões.

Um Programa para enfrentar a crise
A Conlutas, como mostra seu boletim nacional, convoca a jornada de mobilizações contra as demissões. Mas também contra a redução de salários e direitos, exigindo de Lula a decretação da estabilidade no emprego, A Conlutas propõe como alternativa às demissões a redução da jornada sem redução de salários e outras propostas para que sejam os ricos que paguem pela crise.

Uma das principais bandeiras que deve ser levantada nesse dia, em todo o país, é a exigência da imediata reintegração dos demitidos na Embraer. É fundamental nacionalizar a luta dos trabalhadores da empresa aeronáutica, prestando solidariedade ativa à luta, exigindo a anulação das demissões assim como sua reestatização pelo governo.
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