A Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas) lançou um abaixo-assinado em todo o país sobre algumas questões centrais para o trabalhador brasileiro. O objetivo é fazer com que os ativistas e lideranças sindicais, do movimento popular e estudantil discutam com as bases de suas categorias essas reivindicações. Dessa forma, são preparadas as bases para uma ação de massas no futuro próximo.

As reivindicações contidas no abaixo-assinado compõem um pequeno programa de medidas imediatas contra a crise, unindo os distintos movimentos sociais.

A primeira questão envolve a principal preocupação dos trabalhadores perante essa crise econômica, o emprego. É uma exigência ao governo Lula da edição de uma Medida Provisória que defina a estabilidade do emprego.

A segunda é a exigência de redução da jornada de trabalho para 36 horas, o que além de melhorar a condição de trabalho da maioria, ampliaria o emprego no país.

A terceira questão busca unir o movimento popular na reivindicação de que o governo pare de dar dinheiro para as grandes empresas e bancos, destinando mais verbas para ampliar os investimentos estatais em saúde, educação, moradia, transporte público e reforma agrária.

A quarta é o reajuste das aposentadorias pelo mesmo índice do salário mínimo. A quinta reivindicação é o respeito aos acordos salariais com o funcionalismo público, que estão sendo bombardeados pela crise econômica atual.

A sexta é a reestatização das principais empresas privatizadas, como a Embraer, Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e a Vale. Essa é a única maneira de reverter as 4.270 demissões da Embraer e prevenir as milhares de demissões que a Vale está preparando.

A sétima e última reivindicação inclui a palavra de ordem de Petrobras 100% estatal, acabando com a privatização disfarçada que está sendo aplicada.

Campanha na base das categorias
Os trabalhadores estão sendo continuamente bombardeados pela campanha do governo que busca ocultar a dimensão da crise econômica internacional. É preciso explicar pacientemente que a crise vai se aprofundar e apontar para uma alternativa de programa própria dos trabalhadores.

Não existe saída para a crise que não seja pela luta dos trabalhadores. A burguesia e o governo buscam apresentar a crise econômica como se fosse uma espécie de catástrofe natural. Dizem que para sair dela seria necessário unir forças (dos trabalhadores e da burguesia) com o sacrifício de todos.

Na verdade, isso significa um sacrifício a mais dos trabalhadores e um benefício a mais para a burguesia. Não existe saída conjunta para a crise. As propostas da burguesia sempre levam a uma ampliação das taxas de lucro de cada uma das empresas. Isso significa que os trabalhadores pagarão pela crise. As propostas dos trabalhadores, ao contrário, colocam a conta da crise sobre os donos das grandes empresas que devem reduzir sua margem de lucros.

A preparação de um novo dia nacional de lutas está sendo trabalhada em todo país pelas entidades da Conlutas. Existem discussões em curso sobre a data e quais os setores que a convocam. A Conlutas está cobrando da CUT e da Força Sindical a realização de um dia nacional de paralisações, semelhante ao que aconteceu recentemente na França. É possível que este novo dia de lutas se dê em junho ou julho.

Esse abaixo-assinado deve ser entendido como parte da preparação política dessa nova mobilização nacional.

Post author Editorial do Opinião Socialista Nº 376
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