A direção majoritária da entidade, a UJS, ligada ao PC do B, fez uma defesa quase incondicional do governo, afirmando que era o “governo das mudanças”, que iria “satisfazer as reivindicações dos estudantes”, e que se há algo de errado é pela “pressão dos setores conservadores”. Todas as resoluções aprovadas no congresso refletem esta concepção, e colocam a entidade ainda mais desarmada perante os ataques que já vêm ocorrendo à educação, aos trabalhadores e ao país.

A Tese RUPTURA, composta por militantes do Movimento Ruptura Socialista e independentes, fez um balanço muito crítico dos seis meses de governo, que “vem mantendo o acordo com o FMI, a Alca e o Pagamento da Dívida Externa”. A tese criticou também a política do Ministro Cristóvam Buarque de corte nas verbas da educação – da ordem de R$ 341 milhões -, de conivência com o crescimento do ensino privado e à proposta de cobrança de mensalidades nas universidades públicas.

A tese defendeu também que a UNE se retire do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social do governo. “Esse conselho é composto por uma maioria de banqueiros e empresários e só serve para legitimar as reformas exigidas pelo FMI, como a da Previdência”.

Golpe Contra a democracia foi aprovado

Para levar adiante sua política na UNE, o PC do B precisa cada vez mais atacar a democracia da entidade. Desta vez, mudaram o critério para eleição de delegados (que era de 1 a cada 600 estudantes) para 1 a cada 2000, sem nenhuma discussão. Esse critério restringe a participação dos estudantes e vai diminuir muito o tamanho do próximo congresso. E o PC do B quer diminuir ainda mais. Aprovaram um seminário para rediscutir o formato do Congresso: querem aprovar medidas que cortem pela metade o número de participantes. É dever de cada estudante combater desde já esse ataque anunciado à democracia da UNE!

Post author Hermano Rocha de Melo,
diretor da UNE – Oposição – Chapa `Unir a Esquerda – Somos Todos Radicais`
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