Tropas militares e facções ligadas ao regime sírio de Bashar al-Assad tem saqueado campo de refugiados palestinos na Síria. Segundo informações de portais de notícia, a prática se dá desde o início da Revolução Síria, mas ganhou destaque nas últimas semanas por conta de fotos publicadas em redes sociais e também pelo fato de que soldados sírios foram detidos por tropas russas acusados de roubo.

Soldados sírios detidos por tropas russas em Yarmouk

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Nas fotos, sem nenhuma preocupação, soldados sírios aparecem carregando eletrodomésticos e outros bens de civis que vivem no campo de refugiados de Yarmouk, no sul de Damasco. Considerado o maior campo de refugiados palestino na Síria, Yarmouk chegou a abrigar cerca de 150 mil refugiados. A região passou a ser controlada pelo Daesh (autodenominado “Estado Islâmico”) e em abril desse ano foi “libertado” pelo exército sírio, passando a ficar sob o controle do regime.

O saques, tal como aparecem nas fotos, são praticados à luz do dia e sem nenhum pudor. Isso leva a crer que a cúpula militar do regime ou faz vista grossa ou é ela mesma cúmplice ou incentivadora dos saques. Há quem tente justificar a prática por conta dos baixos salários pagos aos militares. Já o regime ditatorial de Bashar al-Assad cinicamente tenta justificar os saques alegando que se trata se propriedade de terroristas e que, portanto, podem ser confiscados.

Os bens roubados pelos militares são vendidos em mercados paralelos chamados de “mercados sunitas”, uma denominação sectária já que tenta associar a prática ilegal a um grupo específico.

Os crimes praticados pelas forças fiéis ao regime mostram a hipocrisia da propaganda pró-Assad que o coloca como parte da resistência palestina. Em verdade, os crimes praticados pelas forças do regime contra os refugiados são parte do massacre que a ditadura sanguinária de Assad promove contra seu próprio povo.