Mesmo com desocupação violenta da ALERJ e repressão da Tropa de Choque, manifestação continua e Câmara permanece ocupada
Na tarde desta quinta-feira, 8, as ruas da cidade foram tomadas por manifestantes, mostrando muita coragem e disposição de luta. Numa ação ousada, dezenas de ativistas do movimento sindical, estudantil e popular ingressaram na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ), com a intenção de ocupar as galerias por tempo indeterminado.
Bandeiras de movimentos, entre elas da ANEL, da CSP-Conlutas e do PSTU, foram exibidas na platéia do parlamento no momento em que era anunciada a ocupação. Neste momento, quatro deputados da oposição ao governo de Sérgio Cabral (PMDB), Luis Paulo Correa da Rocha (PSDB), Wagner Montes (PSD), Marcelo Freixo e Janira Rocha (ambos do PSOL), vieram dar seu apoio e alertar que a ocupação dificilmente poderia ser mantida, já que veio ordem da Presidência da Casa de que a ALERJ deveria ser esvaziada, nem que fosse à força.
Ao mesmo tempo, a passeata já tinha iniciado sua marcha, saindo da Candelária e passando pela Avenida Rio Branco. No mesmo momento em que o comando da passeata soube que ocorria a ocupação da ALERJ, dirigiu-se para lá para prestar seu apoio e tentar engrossar a ocupação. Mas não houve tempo para isso.
A segurança da Casa, seguindo as ordens do deputado Paulo Melo (PMDB), presidente da ALERJ e aliado de primeira ordem de Cabral, deu aos ocupantes um ultimato de 10 minutos para que as galerias fossem esvaziadas pacificamente. Nesse momento, a intenção era sair, sem confronto, mas esperar pelo menos que a passeata chegasse até a Assembleia. Entretanto, terminado o prazo, a segurança avançou violentamente sobre os militantes e os parlamentares que os acompanhavam, desferindo socos, pontapés e lançando gás de pimenta, até que as pessoas chegassem ao térreo e fossem expulsas por uma saída lateral.
Assim que todos saíram, as escadarias da ALERJ foram tomadas, da mesma forma que a rua Primeiro de Março, em frente ao Palácio Tiradentes (sede da ALERJ) foi fechada ao tráfego de veículos. Discursaram representantes de sindicatos, partidos e demais entidades presentes, assim como diversas pessoas que foram expulsas da Assembleia. De lá, o ato seguiu pelas ruas do centro da cidade até a Cinelândia, onde houve a ocupação da praça diante da Câmara de Vereadores do Rio. Um grupo de pessoas havia conseguido entrar na Câmara.
Sem identificação nos uniformes, policiais militares acompanharam o protesto de forma intimidadora. No final da noite, a Tropa de Choque da PM avançou com brutalidade sobre os manifestantes que estavam diante da Câmara. Muitos já estavam montando barracas para promover um acampamento diante da Casa. Mesmo assim, o ato não se dispersou. Os manifestantes resistiram e centenas ainda permaneciam no local.
Com sua típica violência, a PM de Cabral ameaça agora retirar à força as pessoas que ainda estão dentro da Câmara. Neste momento, os ativistas seguem na frente da Câmara de Vereadores. Durante a madrugada iremos postar mais informações.