Protesto histórico supera muito o ato chapa-branca realizado no dia anterior porUm dia após a manifestação em defesa de Lula, que redundou num tremendo fiasco, Brasília foi testemunha do maior ato contra o governo já realizado na gestão petista. O dia 17 de agosto vai entrar para a História como o dia em que a burocracia sindical governista e o próprio governo sofreram uma derrota memorável, sendo testemunhas de dezenas de milhares de manifestantes nas ruas denunciando o mar de lama do Congresso e do Planalto e exigindo o “fora Lula, fora Congresso, PT, PSDB, PFL…”

A manifestação relembrou os anos do “Fora Collor”, inclusive com palavras de ordem e paródias que se massificaram durante as manifestações que derrubaram o presidente em 92. Ao contrário dos “caras-de-paus” da UNE, que tentaram em vão apropriar-se do movimento, no dia 17 milhares de estudantes retomaram o verdadeiro espírito de luta do “Fora Collor” e juntaram-se aos trabalhadores para exigir o fim desse governo corrupto.

“Ô Lula, que papelão, essa reforma Sindical é do patrão”
A concentração da marcha iniciou-se às 9 horas em frente à Catedral de Brasília. Sob um sol escaldante, milhares de ativistas de todo o país se organizaram em blocos denunciando a corrupção e as reformas neoliberais do governo Lula. Logo no início da marcha, já era visível que a manifestação superava muito a marcha chapa-branca ocorrida no dia anterior.

A marcha mostrava-se superior não só em termos de número como em animação. Ao contrário da apatia e desânimo do ato chapa-branca, a marcha contra o governo foi marcada pela irreverência e disposição de luta dos ativistas. Máscaras de Lula e Marcos Valério, além de malas e cuecas recheadas de dólares deram o tom do protesto. A marcha partiu da Catedral por volta das 11 horas da manhã. Tão logo se pôs em marcha, veio o anúncio que a Polícia Militar calculava os manifestantes em 18 mil, e vários ônibus ainda chegavam a Brasília.

Perto do meio-dia, quando o forte sol da Capital se mostrava mais inclemente, a marcha não desanimou. Os manifestantes pararam em frente ao Ministério do Trabalho onde uma comissão de sindicalistas protocolou um documento exigindo a imediata retirada do projeto de reforma Sindical.

“Fora todos, fora já daqui, fora o congresso, Lula e o FMI”
Os manifestantes fizeram então uma volta em torno do Congresso Nacional, aquele antro de corrupção. Para se ter uma idéia do número de pessoas presentes, basta dizer que, enquanto os primeiros ativistas da marcha despontavam do outro lado do Congresso, os últimos ainda iniciavam o contorno. Formou-se então um imenso anel humano que exigia “Fora Todos”.

Ao passar pelo Palácio do Planalto, os manifestantes exigiam em coro: “Fora já, fora já daqui, fora o Congresso, Lula e o FMI”. Também diante do prédio onde Lula comanda todo o esquema de corrupção, a marcha entoou: “É muita lama, é muito roubo; por isso eu digo fora todos!”.

O protesto foi encerrado no gramado diante do Congresso Nacional, que foi inteiramente tomado pelos manifestantes. As falações defenderam o fortalecimento das mobilizações, que se reproduza nos estados a grande manifestação histórica que marcou o primeiro passo da derrota do governo e suas entidades chapa-brancas.

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