Mãe e filha ficaram horas sentadas “num banco de cimento com o soro na mão”Treze horas em filas de hospital, quatro médicos e um diagnóstico duvidoso. Foi o que Maria Campelo e sua filha, Márcia, de 25 anos, moradoras do bairro Cidade A. E. Carvalho, zona leste de São Paulo, enfrentaram no último dia 7 de julho.

Márcia apresentava febre alta e muita tosse, além de fortes dores no corpo e no peito. Por isso, foi levada pela mãe ao posto municipal de saúde. As duas chegaram por volta das 10h. “Minha filha ficou duas horas sem receber atenção. Um enfermeiro percebeu a gravidade da nossa situação e encaminhou para o atendimento. Lá diagnosticaram suspeita de meningite”.

Márcia foi levada ao hospital Ermelino Matarazzo, mas a situação não mudou. “Ela ficou sentada no meio de todo mundo com suspeita de meningite, esperando atendimento”. Outros pacientes com suspeita de tuberculose também aguardavam no local, que estava cheio.

A mãe reclamava porque não havia médico para atender sua filha, até que, finalmente, um clínico geral encaminhou Márcia para exames de sangue e urina.

Como apresentava sintomas típicos da gripe suína, médicos levantaram a suspeita de que poderia se tratar de um caso de contaminação. “Mas nenhum deles chegou a falar isso para mim, eu é que escutei que suspeitavam da gripe suína. Fiquei desesperada”, disse.

Dona Maria relata que sua filha passou por mais de quatro médicos ao longo do dia. Todos repetiam os mesmos exames e pediam para que aguardassem o resultado. Permaneceram sentadas por horas “num banco de cimento onde minha filha estava com o soro na mão”. No começo da noite, o marido de Márcia procurou a esposa por duas horas no hospital. “Não tinha nem o registro de entrada dela lá”, diz.

Por volta das 23h, Márcia pode voltar para casa. Depois de 13 horas na fila para ser atendida, o diagnóstico foi “problemas musculares”. Por via das dúvidas, ela resolveu manter seu isolamento em casa.

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