Na madrugada do dia 12 de junho de 1994, em São Carlos (SP), foram assassinados José Luís e Rosa Sundermann. José Luís foi morto com dois tiros na cabeça. Estava sentado em frente à televisão, não podendo ter qualquer reação. Rosa estava sentada diante dele. Da forma como foi encontrada, presume-se que ela lutou com o assassino, que a golpeou com a coronha do revólver e depois deu o tiro fatal.

Assassinato covarde
José Luís era dirigente do Sindicato dos Servidores da Universidade Federal de São Carlos e da Federação dos Servidores das Universidades Federais (Fasubra). Rosa havia sido eleita para o primeiro Comitê Central do PSTU no congresso de fundação, uma semana antes de seu assassinato.

O casal sempre foi muito ativo em todas as lutas sociais, estando presente nas mobilizações dos trabalhadores da região, como na greve dos cortadores de cana da Usina Ipiranga de Açúcar e Álcool LTDA, em 1990.

Somente assassinos calculistas invadem uma casa na calada da noite e matam com tal precisão e frieza. Nada foi roubado, nem sequer talões de cheque ou cartões de crédito. O assassinato desses combatentes revolucionários somente interessaria aos ricos e poderosos da região.

Denúncia
Os advogados do Instituto José Luis e Rosa Sundermann, do PSTU, entraram com uma denúncia na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDHH), ligada à Organização dos Estados Americanos, por negligência governamental na apuração do crime.

A própria Polícia Civil da região admitiu que não possuía condições de chegar à resolução de um crime tão complexo. O inquérito policial se transformou em um dos mais longos da história policial, ficando aberto por mais de dez anos.
No dia 16 abril, o secretário-executivo dessa comissão, Santiago A. Canton, informou que o Estado brasileiro foi notificado e tem dois meses para contestar. Com essa denúncia na CIDHH e a possível punição do Estado brasileiro, talvez seja feita, ainda que parcialmente, justiça.

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