Ativistas faziam parte do MLST e dirigiam um acampamento em uma área disputada com usineirosNa madrugada desse dia 24, Valdir Dias Ferreira, 40 anos, Milton Santos Nunes da Silva, 52 e a companheira Clestina Leonor Sales Nunes, 48, membros da Coordenação Estadual do MLST (Movimento de Libertação do Sem-Terra) no estado de Minas Gerais, foram executados com tiros na cabeça na rodovia MGC-455, a dois quilômetros de Miraporanga, distrito de Uberlândia. O bárbaro crime aconteceu na presença de uma criança de cinco anos, neto dos executados.

Acampados na Fazenda São José dos Cravos, no município do Prata, no Triângulo Mineiro, eles eram lideranças do acampamento que luta pela posse da terra em uma disputa judicial com a usina Vale do Tijuco (com sede na cidade de Ribeirão Preto-SP). A usina entrou com pedido de reintegração de posse com o objetivo de manter a área dedicada à monocultura da cana-de-açúcar, utilizando trabalho degradante com uma superexploração da mão-de-obra dos trabalhadores rurais, uso intensivo de agrotóxicos e destruição do meio ambiente.

Segundo a direção do MLST o crime foi encomendado. Nesse dia 26 houve uma manifestação em frente ao Ministério Público com as exigências do movimento: assentamento imediato das famílias acampadas na região do Triângulo e a prisão imediata dos assassinos mandantes e executores dos crimes.

Nós do PSTU nos solidarizamos com os companheiros do MLST. Para nós, esses crimes fazem parte de uma prática dos latifundiários, que contam com a impunidade e com a política de criminalização dos movimentos sociais, que facilita a ação de jagunços pelo país.

Este não pode ser mais um crime sem punição, é necessário a unidade e mobilização de todos os movimentos sociais e populares para exigir a imediata prisão e condenação dos assassinos. E exigir do Governo Federal a reforma agrária e o fim do latifúndio, que é o grande motivo das mortes dos sem terras. Basta de morte! Reforma Agrária já!

Betânia é militante do PSTU de Uberlândia e integrante da CSP-Conlutas do Triângulo Mineiro