Eleições terminam nesta sexta, dia 24. Sindicato faz parte da Conlutas e dirigiu importantes lutas contra a administração de Silvio Barros, do PPNeste momento estão ocorrendo as eleições do SISMMAR – Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Maringá, umas das principais entidades sindicais da cidade, que representa mais de 7.000 trabalhadores dos mais diversos setores do Município.
Aqueles trabalhadores que tocam o cotidiano do serviço público da cidade garantindo o funcionamento dos centros de educação infantil, das escolas, das unidades de saúde, do Hospital Municipal, da coleta do lixo. O SISMMAR protagonizou no último período um dos principais enfrentamentos políticos em Maringá que tornou evidente as contradições de classes sociais que colocam, de um lado, os trabalhadores e, de outro lado, bos patrões e governos.

Pois bem, a disputa sindical que está em curso reproduz na esfera da política interna e da democracia dos trabalhadores este mesmo processo. Das três chapas que se inscreveram para as eleições, de uma leitura de seus programas e discurso, quando isto é tornado público, podemos deduzir muito bem isto. A chapa 1 reivindica-se como sendo a chapa do servidor e orgulha-se de dizer que é “apolítica”, no entanto, boa parte de candidatos a vereador que apoiaram o atual prefeito vestem a camisa da chapa “apolítica”. E, afinal, qual o problema da política para os trabalhadores quando é ela que decide o rumo de suas vidas. O discurso do apoliticismo é um dos mais reacionários que existe, pois retira dos trabalhadores o direito de sua intervenção política, como se problemas funcionais e trabalhistas resolvem-se na esfera da amizade ou do “bom relacionamento”.

A chapa 2, encabeçada pela atual presidente do sindicato e filiada à CONLUTAS, traz em seu programa um modelo de concepção que prevê dentre outras formas de atuação, a independência da classe, tanto do ponto de vista político, administrativo, como financeiro das entidades dos trabalhadores dos governos e patrões. A luta direta e a organização dos trabalhadores pela base também fazem parte de sua concepção sindical. A CONLUTAS é fruto de um processo de ruptura que tem um eixo histórico quando a CUT, que foi uma das principais centrais sindicais classista, passou a confundir o seu papel de representar os interesses dos trabalhadores, com o atrelamento e a gerência do Estado burguês. Um exemplo categórico deste fato foi a assunção do então presidente da CUT, Luiz Marinho, ao cargo de ministro de Estado do Trabalho, ou seja, o representante dos trabalhadores passa a implementar as políticas do governo contra seus próprios representados.

A chapa 3, nominada como oposição Cutista, traz em seu programa e discurso o argumento de que o sindicato tem que ter “diálogo” para conseguir avançar nas conquistas da categoria, que é preciso “conversar” com aqueles que são nossos patrões, no caso específico, o atual prefeito do PP. É óbvio que na luta sindical o diálogo, as reuniões de negociação são importantes. No entanto, ou a chapa desconhece a postura política do atual prefeito que é quem não dialoga e não senta para negociar com os trabalhadores ou, por seus compromissos políticos com a CUT e com a sustentação de uma concepção sindical que confunde as fronteiras de representação dos interesses dos trabalhadores dos interesses dos patrões e governos, retira totalmente de seu programa a luta direta e a organização de base dos trabalhadores como forma de ação política, o que também é extremamente grave para a organização sindical.

Os trabalhadores públicos de nossa cidade estão diante desta encruzilhada e a sua escolha poderá determinar os novos rumos de organização da classe trabalhadora em Maringá.