Entrevista concedida por uma moradora no Hospital Municipal de São José dos Campos, logo após a invasão ao Pinheirinho. Relato foi gravado por radialista, de uma rádio livre de Campinas, que acompanhou a ação policial.– Nós estamos aqui com uma moradora de São José dos Campos. Ela tem muita história pra contar sobre o ocorrido hoje no Hospital Municipal de São José dos Campos. O que a senhora viu no hospital?
– Desculpe falar… um inferno. Muita ambulância, muito, muito corpo chegando, tem gente baleada, era gente esfaqueada, era gente no corredor, gritando, foi um terror.
– Especificamente, a senhora viu chegar uma criança no Hospital Municipal de São José dos Campos, no dia de hoje, mais ou menos nesse horário, entre 8h e 8h30?
– Não, um pouquinho mais cedo, entre 6h e 6h30. Eu subi com uma amiga e eu vi um carro chegando. Aí ainda parei pra ver, eu vi a crança descendo do resgate.
– Era uma criança que veio do Pinheirinho?
– Isso, do Pinheirinho.
– E o que aconteceu com essa criança?
– Ninguém sabe falar. Teve **** (inaudível), acho que não foi tiro no rosto, não. Foi em outro lugar.
– E qual o clima no hospital em relação a isso? O hospital se calou, como é que ficou o clima depois disso?
– Fizeram uma junta médica e abafaram o papo. Ninguém comenta sobre isso. Sobre a criança, não. Agora, os outros casos, aí, eu vi lá no corredor a coisa mais horrível do mundo. Eu nunca vi isso na minha vida.
– O que a senhora acha que deve ter ocorrido com essa criança? Tem alguma informação de lá de dentro, sobre o que pode ter ocorrido com essa criança?
– Eu acho que chegou ao óbito. Faleceu.
– Ela estava muito grave? Você chegou a ver?
– Gravíssima, gravíssima, toda ensanguentada. Gravíssima. Eu acho que já chegou até sem vida.
– Muito obrigado, companheira.