O Morro do Bumba na época da tragédia
Rodrigo Noel Souza

No dia 7 de abril de 2010, aconteceu uma tragédia hoje esquecida pelos governantes e pela grande mídia. O Morro do Bumba, localizado na cidade Niterói (RJ) veio abaixo por conta de uma chuva torrencial na região. Nós não esquecemos esta tragédia, fruto do descaso dos governos com a população pobre do país.

No dia 23 de março, cerca de 400 pessoas protestaram por conta do aluguel social que não estava sendo pago. A resposta foi a violência da polícia, que reprimiu o ato. Até as crianças foram agredidas descaradamente com spray de pimenta, como mostrou uma imagem que ficou famosa em todo o país.

Histórico
O Morro do Bumba estava localizado na área de um antigo lixão de Niterói, sobre a montanha de lixo criada por décadas de despejo no lugar. Quando desabou o morro, não se via pedras nem terra descendo. O que se via era lixo. Apesar dos governos estadual e municipal saberem disso, nenhuma medida foi tomada, e a tragédia aconteceu. Foram mais de 47 mortos na ocasião.

No início desse ano, vimos mais tragédia na Região Serrana do mesmo estado, mostrando que mesmo depois do ocorrido em Niterói nenhuma medida foi tomada pelos governos para acabar com a péssima condição em que vive a população pobre do Rio. Já que governam para os ricos e poderosos, o que restou a esses governantes foi colocar a culpa na população e pedir preces pelos mortos.

Enquanto não perdem tempo para entregar dinheiro e riquezas para grandes empresas e bancos, esses governos nada fizeram para melhorar a condição de vida dos trabalhadores. Nem mesmo o dinheiro do aluguel social de Niterói, entregue para garantir o mínimo de sobrevivência para os que estão desabrigados até hoje, é repassado e esteve atrasado de dezembro até o final de março. Isso gerou revolta entre a população, que foi às ruas para protestar.

Nesse um ano de tragédia, a população do Morro do Bumba e de outras áreas atingidas vai para as ruas novamente para lembrar o descaso dos governantes. São esses governos que devem pagar a conta pelo descaso e já está mais do que na hora de se tomar uma atitude.

Foto: Pedro Kirilos

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