No dia 23 de junho, 14 trabalhadores da destilaria Araguaia, no município de Congresa (MT), foram presos e levados ao presídio de Porto Alegre do Norte. Os trabalhadores foram detidos após manifestação nas dependências da destilaria pelo atraso no pagamento de seus salários.

Quase um mês depois das prisões, os trabalhadores rurais continuam presos por terem ateado fogo em pneus durante a manifestação. Eles foram enquadrados no artigo 202 do Código Penal, acusados de invasão de estabelecimento industrial com a finalidade de paralisar suas atividades.

A Araguaia é a mesma destilaria Gameleira que, no ano passado, trocou de nome e de razão social, na expectativa de limpar sua imagem depois de sucessivas ações do Ministério do Trabalho sobre a existência de trabalho escravo na empresa.

A esta destilaria pertencia o recorde anterior de libertação de trabalhadores, quando em junho de 2005, mais de mil foram resgatados. À reinauguração, ou melhor, à troca de razão social para continuar recebendo financiamento público e vendendo álcool à Petrobras, compareceram dois governadores, o de Mato Grosso, Blairo Maggi, e do Pernambuco, Jarbas Vasconcellos.

A política do governo federal é de total apoio ao agronegócio, com destaque particular nos últimos meses ao etanol. Esta política reforça sobretudo os usineiros, que no início deste ano foram qualificados como heróis pelo presidente Lula, e deixa em situação cada vez mais precária os trabalhadores. A prisão dos 14 cortadores é o sinal claro de que não serão toleradas ações de trabalhadores, mesmo por reivindicação de direitos básicos, mas que possam paralisar ainda que momentaneamente as atividades da empresa.

Post author Da redação*
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