Ato `lava` sede do Ibama
Diego Cruz

Trabalhadores dos Correios, do Ibama e a Conlutas organizam atos em todo o paísAlém de enfrentarem o desmonte e a precarização dos serviços públicos, os servidores lutam também contra a corrupção no governo Lula. As denúncias envolvendo partidos aliados e dirigentes do PT têm provocado indignação em todo o país. Os trabalhadores dos Correios, estatal onde estão concentradas a maior parte das denúncias, têm estado à frente de inúmeros protestos.

Nesta quinta-feira, 09, cerca de 300 trabalhadores realizam um ato em Brasília, contra a corrupção. Eles estão concentrados na Esplanada dos Ministérios, e se preparam para sair em passeata. Os militantes do PSTU estão defendendo que a passeata siga até o Palácio do Planalto, por entender que a corrupção não é algo exclusivo dos Correios e muito menos do PTB, que mantinha um esquema na empresa, dirigido pelo deputado Roberto Jefferson. Sindicalistas governistas agem como os deputados que limitaram as investigações da CPI aos Correios e querem que a passeata vá só até o Ministério das Comunicações.

Além da corrupção, os trabalhadores protestam contra a quebra do monopólio postal, mais um passo para a privatização completa da empresa. A proposta seria votada hoje pelo Supremo Tribunal Federal, mas a votação foi adiada, em função da demissão de toda a diretoria da empresa. A decisão será no dia 15, quando os trabalhadores dos Correios farão atos nas sedes da empresas nos estados e farão um dia de luto.

Trabalhadores dos Correios no Rio Grande do Sul também protestaram contra a corrupção, no dia 7, em frente à sede da empresa, em Porto Alegre.

Sujeira
Em São José dos Campos (SP) a Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas) “lavou” a sede dos Correios na cidade, nesta quarta, dia 8. O protesto marcou também a formação do “Comitê Regional de Combate à Corrupção”.

Não é só nos Correios que surgem denúncias envolvendo petistas. No Ibama, a Polícia Federal prendeu, no dia 3, o gerente executivo no Mato Grosso, Hugo Werle, filiado ao PT. Ele comandava um esquema que desmatou ilegalmente uma área de 43 mil hectares da Amazônia, algo como 52 mil campos de futebol. Diante disso, no dia 8, servidores em greve do Ibama na capital de São Paulo fizeram um ato público contra a corrupção. Munidos de vassoura, baldes e sabão, os servidores lavaram a fachada do órgão, gritando a palavra de ordem: “lavação contra a corrupção”.