No dia 11 de outubro, o presidente Lula estará em Corumbá-MS para assinar convênio com o governador Zeca do PT visando restauração das rodovias federais. O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias de Bauru e Mato Grosso do Sul, seção de Corumbá, com o apoio da regional do PSTU, está articulando, junto aos trabalhadores sul mato-grossenses, um abaixo-assinado para ser entregue ao Lula e ao Zeca, exigindo a reativação do trem de passageiros entre Bauru-SP e Corumbá-MS, bem como a restatização da linha ferroviária.

A antiga Estrada de Ferro Noroeste do Brasil foi o primeiro trecho da RFF-SA a entrar no processo de privatização, no início de 1996. Na oportunidade, mesmo havendo várias manifestações populares contrárias, o governo FHC implementou seu plano, demitindo mais de 800 trabalhadores no MS, antes mesmo de firmar o contrato de concessão de 30 anos – com possibilidade de renovação por mais 30 anos – com um consórcio norte-americano. Desde então o consórcio Novoeste infringiu o acordo em diversos pontos, como por exemplo, deixando de fazer a manutenção dos trilhos, por falta de investimento de capital e pelo reduzido número de trabalhadores, o que fez com que o índice de acidentes com vítimas, tornasse uma constante.

Mais do que a visão puramente mercadológica dos governos de Zeca e de Lula, que querem a reativação do “Trem do Pantanal” (passageiros) apenas em seu caráter turístico, deixando a Rede Ferroviária sobre o controle privado, o PSTU de Corumbá, junto aos trabalhadores ferroviários, defende a reativação do trem de passageiros em toda a extensão da Malha Oeste. Reivindica ainda que a Rede volte ao controle do Estado para atender aos habitantes das dezenas de povoados, principalmente no Pantanal, que após a desativação do trem de passageiros, em 1995, ficaram na dependência dos monopólios das empresas de ônibus ou passaram a ter como alternativa, somente o transporte animal e de barcos.

Por outro lado, esta é uma oportunidade para se discutir um projeto de redefinição da infra-estrutura viária do país, buscando alternativas de transporte menos onerosas e ecologicamente mais justas.

Bem sabemos que a priorização do transporte rodoviário fez parte de uma política nacional, verificada a partir da década de 1950, com a implantação de industrias automobilísticas multinacionais. No entanto, este modelo já se mostra saturado em decorrência do grande número de veículos circulando e em vista do fim próximo das reservas de petróleo. A construção de novas ferrovias, bem como a manutenção e reativação das já existentes, pode ser uma saída para o problema de infra-estrutura, bem como, para a geração de emprego.