Ocupação exige cancelamento do leilão do dia 18
Antônio Cruz / ABr

Manifestações continuam ao longo da semana com paralisações e vigíliaNa manhã desta segunda-feira, 15, por volta das 7h30, cerca de 300 manifestantes ocuparam o Ministério de Minas e Energia em Brasília. O protesto foi contra a 10ª Rodada de Licitações de Blocos para a Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural, marcada para quinta-feira, 18.

Os leilões, se ocorrerem, entregarão a exploração do petróleo brasileiro a oligopólios estrangeiros. Serão cerca de 130 blocos que serão passados às mãos de empresas privadas para controle do gás e do petróleo nacionais. Isso representa, aproximadamente, 70 mil quilômetros quadrados em área. Nos últimos anos, o governo federal já entregou em torno de 500 blocos para um grupo de 72 empresas.

Havia representação de sindicatos petroleiros de todo o país, além da Frente Nacional Petroleira (FNP). Além dos petroleiros, participaram militantes de partidos de esquerda e dos movimentos sociais.

Os manifestantes desocuparam o local após uma audiência da FNP, da Via Campesina e da Assembléia Popular com o secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann. No encontro, eles exigiram o cancelamento leilão marcado para quinta-feira e a anulação dos que já aconteceram segundo informou Emanuel Cancella, secretário geral do Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ).

Apesar de o governo sequer cogitar atender à reivindicação do movimento, o protesto teve grande repercussão. “Acho que conseguimos o nosso objetivo, a imprensa estava toda lá, teve coletiva de imprensa na saída”, disse Emanuel.

Nesta terça, petroleiros de vários estados paralisaram as atividades total ou parcialmente. As manifestações devem continuar até quinta-feira.

No Rio de Janeiro (RJ), mesmo com a chuva, acontece a vigília na quarta-feira, 17, na Candelária, em frente à sede da Agência Nacional de Petróleo (ANP). Delegações de vários estados brasileiros estão se dirigindo ao Rio para participar da manifestação.

Na noite de quarta, haverá um ato-show no local, com a participação de estudantes, funcionários públicos estaduais e federais, trabalhadores sem teto e sem terra entre outros. A vigília deve permanecer até quinta, dia marcado para acontecer o leilão.

A campanha “O petróleo tem que ser nosso” conta com o apoio não só dos petroleiros, mas de centenas de entidades e organizações dos movimentos sindical, estudantil e popular. A campanha defende a soberania nacional e exige fim dos leilões e da privatização e o controle estatal e social das reservas de petróleo e gás do Brasil.

Os recursos vindos da exploração de gás e petróleo, bem como de todas as riquezas naturais do país não podem servir para engordar os lucros de uns poucos empresários. Esse recurso é dos trabalhadores e da juventude e tem de ser usado para investimentos em saúde, educação e demais áreas sociais.

*Com agências

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