Trabalhadores reunidos em assembléia hoje, às 15h, recusaram a proposta de renovação do banco de horas, proposto pela empresa e pelo sindicato. Junto à proposta, a empresa e o sindicato incluíram a proposta de PLR de 2008 e dias adicionais de produção aos sábados. Mesmo assim não adiantou.

A assembléia foi precedida de uma forte disputa nas áreas, onde o jornal de oposição Ferramenta de Luta, distribuído na quinta-feira nos refeitórios, defendia a recusa da proposta.

No período da tarde da mesma quinta-feira, na ala 14 – montagem final, o membro da comissão Ailton, que rompeu com a Artsindical, defendeu também a proposta fosse recusada e que os trabalhadores garantissem que ele falasse na assembléia geral de hoje.

Na manhã desta sexta-feira, na ala 5 – Usinagem, os membros do sindicato em assembléia interna defenderam a proposta da empresa e foram vaiados pelos trabalhadores.

Na assembléia das 15h, o sindicato foi obrigado, pela primeira vez na história das lutas dos trabalhadores na Volkswagen, a abrir a palavra a um membro da comissão não alinhado com a entidade. Ailton então falou que “sindicato e comissão não deveriam defender uma proposta da empresa e sim tinham que defender os trabalhadores”.

Ao ser encaminhada a proposta de renovação do banco de horas, PLR e dias adicionais, 70% dos trabalhadores dos seis mil presentes votaram pelo Não.

Por isso, já na segunda-feira os trabalhadores voltam a sua jornada normal de 40h e não mais 42h – as duas horas iriam para o banco de horas.

De acordo com Rogério Romanicini, ex-membro da comissão de fábrica e demitido da Volks, que acompanhou esse processo, a fábrica e o sindicato não vão deixar isto assim. “Por isso a luta deve continuar dentro da planta da Volks em São Bernardo”, diz ele.