Operários europeus dão o exemplo de como se enfrentar a criseA crise econômica está chegando com toda a força na Europa. A zona do euro já está em recessão, assim como as economias da Alemanha, Reino Unido e Itália. As demissões crescem, aumentando em milhares o contingente de desempregados.

Os trabalhadores do velho continente, porém, não estão dispostos a pagar pela crise. Crescem as mobilizações populares contra o neoliberalismo e o desemprego. No último dia 11, os operários da montadora japonesa Nissan foram ás ruas em Barcelona e protagonizaram um radicalizado protesto.

A empresa anunciou corte de 40% de todos os trabalhadores de suas duas plantas em Barcelona, medida que vai acabar com quase 1.700 empregos. Os operários foram às ruas contra a medida e, no último dia 11, realizaram um grande ato em frente à sede da empresa na cidade. Fecharam uma das principais avenidas da cidade e derrubaram as grades que cercavam o prédio da montadora enquanto ativaram ovos e pedras.

No dia 6 a mesma Barcelona assistiu a um protesto que reuniu algo em torno de 40 mil trabalhadores, contra as demissões e fechamentos de empresas. Recentemente, a fábrica da Unilever na cidade foi fechada e, apesar de sua compra ter sido articulada pelo governo, apenas 85 trabalhadores mantiveram seus empregos, enquanto 268 foram para a rua.

A Espanha amarga um aumento de 7,3% no desemprego só em outubro. O desemprego no país chega a 11,33% dos trabalhadores, ou 2,8 milhões de pessoas. São milhares de trabalhadores despedidos a cada dia.

Outubro já foi marcado por grandes mobilizações na Europa. Na mesma cidade espanhola, os trabalhadores saíram às ruas contra o aumento da jornada de trabalho e em defesa das 35 horas semanais. Mobilizações também pipocam na Bélgica, Grécia e na própria Espanha, cujos estudantes se enfrentam ainda contra os ataques do governo à educação pública.

Panela de pressão
A crise internacional se aprofunda. A segunda maior economia do mundo, o Japão, já está em recessão e a União Européia também estará muito em breve com crescimento negativo. As mobilizações, porém, não se resumem à Europa.

Entre setembro e o início de novembro, cerca de 27 mil operários da Boeing nos EUA realizaram uma forte greve diante da ameaça de demissão. Ameaça essa que atinge principalmente os trabalhadores da indústria automobilística. A falência da GM pode arrastar as outras empresas e fornecedoras, jogando na rua cerca de três milhões de trabalhadores.

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