Marcha em Paris contra Sarkozy

Centenas de milhares de trabalhadores franceses foram às ruas nesse dia 23 de março protestar contra os ataques do governo Sarkozy. Os planos vão da reforma da Previdência à flexibilização das leis trabalhistas. Com quase 200 manifestações sendo realizadas em todo o país, a jornada de lutas foi chamada de “terceiro turno” social, em referência aos dois turnos das eleições regionais em que o partido do governo, o direitista UMP (Unidade para a Mobilização Popular) saiu derrotado.

A jornada de mobilizações foi impulsionada pelas 5 principais centrais sindicais do país e, segundo a CGT, levou cerca de 800 mil manifestantes às ruas em todo o país. Só em Paris uma grande manifestação reuniu 60 mil. Além das manifestações, o dia foi marcado pela paralisação de servidores públicos e funcionários privados. Professores, trabalhadores ferroviários, da Justiça, dos Correios e da Saúde cruzaram os braços contra os ataques do governo, principalmente contra a Previdência.

“Resistir pelo serviço público, os salários e as aposentadorias”, diziam as faixas dos manifestantes. Como parte de seu plano de ajuste fiscal, o governo quer aumentar o tempo mínimo para aposentadorias, dos atuais 60 anos para 62, além de elevar o tempo de contribuição. Outro problema crônico enfrentado pelos trabalhadores franceses é o desemprego, na casa dos 10%.

Europa se agita
Os ataques do governo Sarkozy contra as aposentadorias e os serviços públicos fazem parte da política levada a cabo pelos governos da Europa, que enfrentam a crise e o gigantesco déficit fiscal dos países com cortes nos serviços públicos e reformas trabalhistas e previdenciárias.

Essa jornada de mobilizações pode indicar a retomada das lutas na França, após as manifestações e greves que balançaram o país em 2009, além da escalada de mobilizações dos trabalhadores na Europa, após as greves gerais da Grécia e as lutas que se desenvolvem em países como Espanha e Portugal.