Os trabalhadores da França estão dando um exemplo de combatividade contra os ataques neoliberais. Tal como aqui, eles também lutam contra a reforma da Previdência. No último dia 13, os funcionários públicos, encabeçados pelos trabalhadores dos transportes, entraram em greve por tempo indeterminado contra a reforma imposta pelo primeiro-ministro do país, o direitista Nicolas Sarkozy. Ferroviários, metroviários e motoristas de ônibus cruzaram os braços.

Os trabalhadores das estatais de gás e eletricitários engrossaram as mobilizações. A paralisação interrompeu a maior parte do transporte público do país. A reforma prevê o fim do regime especial de aposentadoria que certos setores do serviço público têm direito. Tal regime permite a aposentadoria a partir dos 37,5 anos de contribuição. O projeto de Sarkozy amplia esse tempo para 40 anos. A reforma atingiria cerca de 1,5 milhão de pessoas.

Os trabalhadores franceses já haviam realizado uma paralisação contra o projeto no dia 18 de outubro. Dessa vez a greve é por tempo indeterminado e vem recebendo o amplo apoio de diversos setores. No último dia 20, ocorreu uma paralisação unificada reunindo diversas categorias, inclusive trabalhadores da iniciativa privada, como os da França Telecom e da construção e obras públicas.

Estudantes também entram em cena
A mobilização dos estudantes franceses unifica-se com a greve dos servidores, impulsionando uma forte luta contra o governo e seus ataques. Após a vitória contra o CPE, os estudantes se mobilizam contra a chamada “lei Pécresse”, referente à ministra do ensino superior, Valérie Pécresse. A lei confere autonomia administrativa e financeira às universidades, obrigando as instituições de ensino a buscarem recursos junto ao mercado.

Desta forma, assim como no Brasil, a “reforma universitária” do governo Sarkozy, faz avançar a privatização das universidades. Estudantes bloquearam as entradas de 37 campi. No dia 14, os estudantes se somaram às manifestações dos funcionários públicos. “Perante os ataques, defendam a fac (faculdade)”, gritavam.
Este é um exemplo de luta e unificação que deve ser seguido pelos trabalhadores e estudantes brasileiros.

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