Os trabalhadores em educação da rede municipal de Belo Horizonte (MG) decidiram pela continuidade da greve em assembleia realizada nesta segunda-feira, 5 de abril. Desde o dia 16 de março, os educadores pararam as atividades.

No dia 30 de março, uma liminar do desembargador Eduardo Andrade determinou o fim da greve, sob pena de multa para o sindicato da categoria de R$ 50 mil por dia útil de descumprimento. Entretanto, a categoria continua firme.

Em assembleia, os trabalhadores reafirmaram o posicionamento de não acatar a liminar. Segundo o comando de greve, são os trabalhadores que decidem quando iniciar a sua greve e quando terminá-la e não um juiz. A greve terá fim quando o prefeito resolver negociar e atender às justas reivindicações da categoria.

A categoria reivindica negociações imediatas com o prefeito Marcio Lacerda da aliança PSB/PT/PSDB, para o atendimento da pauta que consta 22,41% de reajuste salarial, isonomia salarial e funcional das professoras da educação infantil e demais auxiliares e melhoria nas condições de trabalho.

Em Minas, está virando prática comum a Justiça interferir no legítimo e constitucional direito de greve. No início do ano, a Justiça determinou o fim da greve dos rodoviários da região metropolitana. No mesmo dia 30, o Tribunal de Justiça do Estado definiu pela ilegalidade da greve dos médicos do IPSEMG (previdência do estado) e pelo fim da greve dos delegados da polícia civil. No resto do país, a situação não é diferente.

Na assembleia dos educadores, várias entidades sindicais estiveram presentes e manifestaram apoio ao movimento e repudiaram a interferência da Justiça. As entidades que compareceram foram Conlutas, CUT, CTB, Sinpro, Sintsprevmig, Sindicato dos Gráficos de MG, Federação Democrática dos Metalúrgicos de MG, Sindicato dos Metalúrgicos de Itaúna e Betim, Sindeess e ANEL.

No dia 7 de abril, haverá uma greve geral dos servidores públicos de BH, com ato público em frente à prefeitura. Tudo indica que o caldo vai engrossar para o lado do prefeito.

Ribeirão das Neves também em greve
Os trabalhadores em Educação da rede municipal de Ribeirão das Neves (MG) também estão em greve por tempo indeterminado desde o dia 29 de março. Eles exigem reajuste salarial e melhorias nas condições de trabalho. O prefeito Wallace Ventura de Andrade é professor de carreira da rede de ensino municipal e se nega a negociar com a categoria.

Rede particular de ensino
Os professores da rede privada de ensino realizaram, nesta segunda-feira pela manhã, uma assembleia e decidiram também pela greve. As reivindicações dizem respeito à recomposição salarial, ganho real e defesa de direitos que estão sendo retirados pela patronal do ensino.

Atualizada em 6/3/2010, às 14h22