Nesta quinta-feira, 6 de agosto, cerca de 300 pessoas, representando diversas categorias dos servidores públicos do estado do Rio Grande do Sul e estudantes, realizaram a segunda manifestação pelo “Fora Yeda” após o pronunciamento do Ministério Público Federal. Na ocasião, o MPF apresentou um imenso arsenal de provas contra nove integrantes do governo e solicitou o afastamento da governadora e seus comparsas de seus cargos públicos.

Os manifestantes reuniram-se em frente ao Palácio Piratini, sede do governo estadual, e, ao som de Pra não dizer que não falei das flores, música de Geraldo Vandré que marcou a resistência dos trabalhadores em diversos momentos da luta de classes no Brasil, adentraram a Assembleia Legislativa e exigiram a saída imediata da governadora Yeda.

Com bandeiras, faixas e muito ânimo, os trabalhadores e estudantes subiram as apertadas escadarias do prédio até o suntuoso gabinete do presidente da Assembleia, o Deputado Ivar Pavan (PT). Aguardaram cerca de 30minutos até serem recebidos pelo parlamentar, mas a espera não foi silenciosa.

Todos entoavam palavras-de-ordem como “Yeda, eu já falei / o teu lugar é na cadeia com Sarney!” e “Eu já falei, assim não dá / É fora Yeda é fora já!”, além comentar em alto e bom som sobre o uso feito do dinheiro público empregado em toda aquela suntuosidade e regalia. Brincavam: “cuidado com os lustres, pois se quebrar sairá do nosso bolso!”.

Após a espera, o presidente da Assembleia recebeu de representações do Fórum dos Servidores Públicos Estaduais um aditamento ao pedido de impeachment já protocolado há quase um mês. Depois, tomou a palavra para explicar que o processo é bem complicado, dando um breve resumo da “novela” que poderá ser derrubar ou não esta governadora pelas vias constitucionais.

Depois da entrega do documento, a manifestação se dirigiu à Esquina Democrática, no centro da cidade. No caminho, alguns carros buzinavam em aprovação ao protesto. Já no local, a população que passava pelo centro se juntou à manifestação.

Vera Guasso, dirigente sindical e militante do PSTU, disse aos trabalhadores e trabalhadoras presentes que “a crise já está aberta, o governo está paralisado e somente com pressão popular e mobilizações de rua é que vamos derrubá-lo. Fora Yeda já!”.

A manifestação terminou um pouco depois das entusiásticas falas e foi a prova de que a luta pelo Fora Yeda ainda promete. Fortalecendo a mobilização direta, os trabalhadores e estudantes do Rio Grande do Sul caminham para enterrar definitivamente um governo que, há muito, já está morto.