Os trabalhadores dos Correios realizaram assembleias em todo o país no dia 2 de setembro e rejeitaram a proposta rebaixada apresentada pela empresa de apenas 4,5% de reajuste salarial. A proposta baseava-se no índice do IPCA de agosto de 2008 a julho de 2009, e elevaria o salário-base em menos de R$ 30, indo para apenas R$ 677,28. A categoria calcula que o reajuste necessário teria de ser de 41%.

O mesmo índice seria aplicado aos demais benefícios: auxílio a filhos portadores de necessidades especiais, para R$ 559,96; gratificação de quebra de caixa com banco postal, para R$ 179,52; sem banco postal para R$ 134,64; reembolso creche ou reembolso babá, para R$ 350,15; vale-alimentação/refeição, para R$ 20,90; vale-cesta de R$ 114,95; reembolso do vale-transporte para R$ 522,50.

Além de rejeitar a proposta, os trabalhadores aprovaram o estado de greve e o indicativo de paralisação a partir da zero hora do dia 16 de setembro.
A próxima assembleia da categoria será no dia 15 de setembro. Com isso, a empresa tem menos de oito dias para apresentar ao comando da Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios) uma contraproposta que possa ser avaliada na assembleia do dia 15, prazo limite das negociações.

DISPOSIÇÃO DE LUTA
Nas assembleias, os trabalhadores demonstraram muita disposição para ir à luta caso a empresa insista em não atender suas reivindicações.

Alem dos baixos salários, os trabalhadores dos Correios hoje enfrentam péssimas condições de trabalho. Faltam equipamentos, e sobra repressão nos setores de trabalho, além do assédio moral.

Outra grande preocupação é a proposta da criação da empresa Correios S/A, apresentado pelo governo Lula através do GTI (Grupo de Trabalho Interministerial) e do PL-3677/08, do deputado Regis de Oliveira (PSC-SP), que quebra o monopólio da empresa.

A categoria reivindica a reposição de 41% das perdas e o aumento real linear de R$ 300 para todos. Exige a manutenção do cargo de motorista e do setor de transporte; o fim das metas, dobras e sobrecarga de serviço; a redução da jornada sem redução de salários e direitos; o fim das terceirizações e privatização; e dizem não aos Correios S/A, em defesa da empresa Correios 100% pública e estatal.

Post author Geraldo Rodrigues, de São Paulo (SP)
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