Carteiro na greve de 2004, em São Paulo
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Os funcionários dos Correios estão em campanha salarial e realizam assembléias na noite desta quinta-feira, 1º de setembro, em todo o país. Apesar dos lucros recordes (a empresa teria um lucro líquido anual de R$ 663 milhões), a direção dos Correios oferece apenas 6% de reajuste, o que tem levado mais e mais trabalhadores a enxergarem a greve como única alternativa. A direção do movimento, encabeçada pela Articulação e pelo PCdoB, tenta manobrar uma contraproposta para impedir a greve. No entanto, a proposta da empresa é tão rebaixada que está inviabilizando tal manobra.

Os trabalhadores acumulam uma defasagem enorme nos últimos dez anos. A reivindicação salarial apresentada e necessária para recompor as perdas da categoria, de 1º de junho de 1994 a 31 de junho de 2004, é de 52,23% (dividido em 03 parcelas de 15,04%) + 6,61% de reposição da inflação do período de agosto de 2004 a julho de 2005 + 20% de reajuste real.

Enquanto os trabalhadores amargam esse arrocho, a direção da empresa é acusada de desvio de verbas para o governo e o PT pagarem o “mensalão”. Segundo Ezequiel Filho, militante do PSTU, “a proposta rebaixada, com o apoio do PT e da CUT, quer resguardar os lucros da estatal para continuar irrigando a corrupção do governo Lula e garantir o superávit e o pagamento dos juros aos banqueiros”.

PT, PCdoB e PCO contra a greve
No dia 4 de agosto ocorreram assembléias no país inteiro. Devido ao impasse nas negociações, a oposição ligada à Conlutas propôs e aprovou a antecipação da greve, do dia 20 para o dia 10 de setembro. A iniciativa ressoou tanto na base que a proposta acabou sendo aprovada até em sindicatos dirigidos pela Articulação.

No entanto, na Plenária Nacional, nos dias 11 e 12 de agosto, no Rio de Janeiro, o PCdoB, a Articulação e até mesmo o PCO, que permanecem todos na CUT, se juntaram para derrubar a proposta aprovada pelas assembléias. No entanto, devido à enorme pressão da base, exercida até mesmo na plenária, foram obrigados a manter o indicativo para o dia 13 de setembro. Só o PCO manteve a proposta de dia 20.

A oposição, encabeçada pela Conlutas, luta para derrotar o governo e seu braço no movimento, a CUT. No dia 3 de setembro, haverá uma plenária na sede nacional da Conlutas, na Rua Silveira Martins, 46, na Sé, em São Paulo.

  • Veja abaixo o horário e o local de algumas assembléias:

    Rio de Janeiro
    18h – CTP (Rua Afonso Cavalcanti, 22 – Cidade Nova)
    Porto Alegre
    19h30 Prédio sede (Rua Siqueira Campo, 1100, Centro)

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