Nos dias 27 de junho a 1º de julho, aconteceu, em Brasília, o XXVII Conselho Nacional de Representantes (Conrep) dos trabalhadores dos Correios. Na ocasião, a categoria deliberou sobre o lançamento da campanha salarial com data-base em 1º de agosto.

Além de dezenas de observadores, 177 delegados e delegadas de todo o país participaram do Conselho Nacional demarcado por muita desorganização e despolitização patrocinada pelos sindicalistas governistas da Articulação/PT e da CSC/PCdoB.

O índice de reajuste salarial reivindicado pela categoria é de 47% mais aumento real de R$ 200,00 (duzentos reais) incorporados ao salário. Os principais eixos mobilizadores da categoria são o PCCS dos Trabalhadores e o adicional de periculosidades para os carteiros.

Os governistas elegerem seis membros para o Comando Nacional de Negociações: dois da Articulação/PT, dois da CSC/PCdoB, um da ASS/PT e um do MRL/PT. O PCO apresentou chapa, mas não conseguiu eleger ninguém e sem nenhum motivo político justificável pediu questão de ordem, fez uma séria de calúnias e abandonou o Conrep. A Conlutas representou 12% dos delegados, elegendo como representante no Comando Nacional de Negociações o companheiro Jacozinho, carteiro em Brasília e militante da Conlutas.

O calendário de lutas da Campanha Salarial inicia no dia 16 de julho, com assembléias em todo o país. Entre uma série de atividades específicas, foi aprovada a participação da categoria no plebiscito pela reestatização da Vale do Rio Doce, na primeira semana de setembro. Foi aprovada, também, no plano de lutas, a unificação com a campanha salarial de bancários e de petroleiros. O plano de lutas determinou um dia nacional de paralisação por novas contratações, em 23 de agosto, e culmina com a assembléia de aprovação da greve já marcada para o dia 12 de setembro caso a direção da ECT e o governo Lula não atendam às reivindicações.

A categoria está em pé de guerra com o governo Lula, quando o próprio presidente mandou seu recado em inauguração de um Centro Operacional em Santa Catarina afirmando que “os funcionários dos Correios não podem se queixar dos salários, porque conseguiram vantagens nos últimos anos e, se pedirem mais, poderão quebrar a empresa”.

Coerentes com a resolução da greve, os militantes da Conlutas atuarão nacionalmente organizando a mobilização da classe, formando comandos de mobilização e de greve com ativistas em toda base da categoria. Ao final do Conrep, foi respondido o recado do Lula em alto e bom som: “Eu sou Conlutas, sou radical, não sou capacho do governo federal!”.