Trabalhadores do estado que detém 50% dos encarcerados do Brasil vai cruzar os braços

Há dez anos sem aumento de salário, os trabalhadores do Sistema Prisional do Estado de São Paulo, em assembléia geral realizada no dia 27 de maio em São Paulo decidiram por unanimidade entrar em greve a partir de 16 de junho.

Ao contrário de outras paralisações anteriores, a greve do 15 surgiu nas bases. Diante da enorme insatisfação dos trabalhadores, causada pela política neoliberal do governo que retira direitos e recursos dos trabalhadores para pagar juros da dívida aos banqueiros e o FMI, os trabalhadores do Sistema Prisional resolveram dar um basta no descaso do governo do PSDB e seus aliados.

Nos últimos anos os ataques do governo aos trabalhadores foram implacáveis. Primeiro veio a chamada via-rápida, com o objetivo de cercear o direito de defesa dos trabalhadores, tal procedimento consiste em iniciar um processo investigatório que pode culminar com a exoneração do servidor em apenas 90 dias. Dentre tantos ataques o mais recente, foi o confisco de 5% dos salários dos servidores a título de previdência.

Na última reunião entre governo e sindicato, o secretário da Administração Penitenciária Nagashi Furukawa, foi taxativo ao dizer que não haverá aumento de salários, em razão das limitações estabelecidas pela Lei de Responsabilidade Fiscal, e mais ainda, com o objetivo de insultar os trabalhadores disse, se os trabalhadores não se comportarem como bons meninos, o plano de carreira da categoria continuará engavetado. Em primeiro lugar, é bom lembrar a este senhor que a categoria não está negociando o plano de carreira, uma vez que ele já foi exaustivamente discutido entre governo e sindicato e que este mesmo secretário não cumpriu o compromisso assumido em 2001 com a categoria que era justamente o plano de carreira. O segundo ponto, é que bom comportamento, ele deve exigir dos sentenciados para que obtenham benefícios em seus processos de remissão de pena. O bom comportamento em tom irônico exigido pelo secretário é sinônimo de submissão e subserviência. A resposta infeliz do secretário caiu como uma bomba em barril de pólvora preste a explodir. O desafio foi aceito, dia 15 de junho greve geral dos trabalhadores do Sistema Prisional.