Há mais de um mês, os trabalhadores da Volkswagen estão realizando paralisações por área e interrompendo a produção. Só na semana passada, deixou-se de produzir cerca de 1.500 veículos.

Esse movimento é fruto da bronca que os trabalhadores têm com empresa que está remanejando os operários para abrir mais uma linha e produzir o Fox, carro que será exportado para Europa, sem fazer nenhuma contratação.

Pressionada pelos operários, a direção do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, controlada pela Articulação, foi obrigada a lutar por mais contratações. Sem consultar a base, porém, fez um acordo com a direção da fábrica, concedendo 15 dias para que empresa apresentasse uma proposta e paralisou os protestos. Isso abriu o caminho para que a empresa remanejasse os operários para as linhas de produção, o que resultou em nova revolta dos trabalhadores.

A oposição ao sindicato, por sua vez, parou mais de três mil trabalhadores na fábrica, que, em apenas um dia, deixaram de produzir 657 carros. Sem o apoio do sindicato, a reação da empresa foi imediata: carta de advertência para quem parou e suspensão de três dias para quatro membros da oposição.

Outro fato lamentável foi a contratação de 250 “bate-paus” colocados na fábrica para intimidar os trabalhadores. Fica aí a lição para quem acha que a parceria com a Volks estava dando certo.

Esgotado o prazo de 15 dias, a empresa voltou a dizer que não poderia contratar mais ninguém. Diante da recusa, o sindicato, que sempre foi parceiro da Volks, foi obrigado a continuar os protestos. Até fecharmos esta edição, a direção do sindicato tinha recuado nos protestos, mas o desfecho dessa luta ainda está indefinido.

Post author Emannuel Oliveira, de São Bernardo do Campo (SP)
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