Operários montam barracas na porta da fábrica; paralisação é por causa de salários atrasadosNo último dia 3 de agosto, completou um mês a greve dos trabalhadores da empresa Tecsat, em São José dos Campos, que estão parados para exigir o pagamento dos salários atrasados e a regularização dos depósitos do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço), recolhimento do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) e as diferenças salariais acumuladas desde o início do ano.

Nesta segunda-feira, dia 6, os metalúrgicos mobilizados resolveram montar barracas na porta da empresa, onde ficarão acampados até que a mesma resolva o impasse. Na semana, passada os metalúrgicos recusaram a proposta que a empresa havia apresentado, de fazer um pagamento no valor fixo de R$ 1.100 para cada trabalhador, para ser abatido na rescisão, e imóveis como garantia para quitação das verbas rescisórias.

A proposta foi rejeitada em razão do valor fixo proposto ter sido considerado muito baixo, comparado ao valor que os trabalhadores têm a receber. Infelizmente, a crise enfrentada pelos trabalhadores da Tecsat já dura anos. A empresa começou a entrar em crise financeira no ano de 2.000 e, desde então, vem sacrificando seus trabalhadores, com atrasos de salários; o não pagamento de direitos, como férias e 13º salário; e demissões.

Hoje, a Tecsat possui 220 trabalhadores, que atuam na produção de antenas e receptores de TV, telemarketing, equipamentos para malha aeroviária e radares sensores. No início de suas atividades, a empresa chegou a contar com 1.480 trabalhadores.

Atualmente, mesmo com 22 mil assinantes da TV por assinatura Tecsat, a empresa alega crise e não regulariza a situação dos trabalhadores.

“A empresa tem que tomar uma providência e regularizar a situação destes trabalhadores. Agora, vamos dormir e fazer nossas refeições aqui na porta da fábrica, até que a situação se regularize”, afirmou o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Ademir Tavares da Paixão.

A greve continua por tempo indeterminado.